Congresso pode analisar nesta terça-feira veto de Bolsonaro a regras do orçamento impositivo

G1

O Congresso Nacional fará nesta terça-feira (3) uma sessão conjunta, formada por deputados e senadores, para tentar analisar o veto do presidente Jair Bolsonaro a mudanças nas regras de pagamento das emendas parlamentares ao Orçamento do governo.

Esta será a segunda tentativa de votar os vetos a trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que orienta a elaboração do Orçamento.

Há três semanas, a votação foi adiada após fracassar um acordo anunciado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para a derrubada de um dos dispositivos. Pela negociação, seria mantida a maioria dos vetos em troca de um projeto a ser encaminhado pelo governo para definir as regras.

Conforme a colunista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, além de tentar manter o veto de Bolsonaro, o governo busca um acordo para incluir a votação da agenda econômica, que inclui as reformas administrativa e tributária.

O que são emendas parlamentares?

A cada ano, os parlamentares têm direito a apresentar emendas até um determinado valor, indicando obras ou investimentos que devem receber verba federal. Normalmente, as indicações são nos estados que representam ou em redutos eleitorais.

Atualmente, as emendas individuais, apresentadas pelos deputados e senadores, e as de bancadas estaduais, que reúnem os congressistas conforme a unidade da federação, já são impositivas, ou seja, de execução obrigatória pelo governo.

Daí vem o termo “orçamento impositivo”, para se referir à parte do Orçamento-Geral da União definida pelos parlamentares e que não pode ser alterada pelo Poder Executivo.

Há um entendimento entre especialistas de que todo o Orçamento já seria impositivo. Isto é, além das emendas individuais e de bancada, as apresentadas pelas comissões e pelo relator também seriam de execução obrigatória.

No entanto, no ano passado, ao aprovarem a LDO, os parlamentares decidiram deixar claro isso e equipararam as regras de todas as emendas.

A medida ampliaria ainda mais o controle do Legislativo sobre o Orçamento, reduzindo a liberdade do Executivo para decidir o destino dos recursos.