Comitê de monitoramento de tubarões sairá da SDS

Diário de Pernambuco – A governadora Raquel Lyra visitou, na noite de ontem (6), no Hospital da Restauração, os adolescentes que sofreram ataques de tubarão na Praia de Piedade, nos últimos dois dias. Ela prestou solidariedade às vítimas e suas famílias e anunciou medidas a serem tomadas pelo Governo do Estado para se evitar novos incidentes. Entre as ações, está o reestabelecimento, junto às universidades de Pernambuco, do estudo sobre acidentes com tubarões nas praias urbanas da Região Metropolitana. Esse monitoramento existiu por muitos anos, em parceria com o estado e, sobretudo, a Universidade Federal de Pernambuco Mas os convênios, que envolviam financiamentos públicos, foram encerrados há alguns anos.
“Nós vamos intensificar as nossas ações, retomando as pesquisas com as universidades, que estão paralisadas desde 201, para que, em atuação com as prefeituras, possamos garantir segurança à população na utilização da praia”, disse Raquel Lyra.  A gestora estadual anunciou que a o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) terá o comando transferido para a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha. Até então, é ligado à Secretaria de Defesa Social, com participações de várias pastas, órgãos, universidade e entes da sociedade civil. De acordo com Raquel Lyra, isso será feito para que “a atuação do governo seja mais ampla”. “Vamos de ter uma atuação só quando o incidente acontece para atuar preventivamente, entendendo o comportamento do tubarão em Pernambuco”, explicou. 
Nesta terça-feira à tarde haverá reunião entre a governadora, parte de seu secretariado e prefeitos de cidades da Região Metropolitana do Recife, na qual o assunto será um dos temas. A reunião já estava, contudo, marcada para outros assuntos. Mas a gravidade de dois ataques sérios e violentos em menos de um dia (três em uma semana), com amputações, colocou o assunto tubarões no topo da pauta de debates. Nos últimos anos, muitas promessas ficaram pelo caminho: redes de proteção, sinalizadores que afastam os animais, além do monitoramento contínuo das espécies. Ações desse tipo são usadas, com sucesso, há décadas, em locais onde há, inclusive, muito mais tubarões em seus litorais que o Grande Recife, como parte dos Estados Unidos, a Austrália e até a África do Sul (que lida com o tubarão branco, a maior espécie existente desse grande predador marinho). Em Pernambuco, os ataques são, na maioria, de tubarões tigre e cabeça-chata. 
FISCALIZAÇÃO
Nesta segunda-feira à tarde já houve uma reunião entre a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luíza Ferreira, e os gestores do Cemit e do Corpo de Bombeiros Militar. “Vamos presidir o Comitê que contará com o apoio de equipes técnicas da CPRH, tanto na fiscalização, como nas ações de educação ambiental”, afirmou Ana Luiza.
O presidente do Cemit, coronel BM Robson Roberto, destacou o papel do comitê. “Reforçaremos o apoio operacional, principalmente no verão, nos horários em que as praias estão mais bem frequentadas. Com apoio do pessoal de terra, seja ele Guarda Municipal, Polícia Militar ou Guarda-Vidas, vamos fazer um trabalho de orientação e, assim fazer com que os banhistas não entrem na água”, prometeu. Monitoramentos aéreos como os usados em Noronha, no ano passado, após um ataque a turistas, contudo, ainda não foi anunciado. Também não se falou na interdição do trecho delicado de Piedade, como também, se fez no Arquipélago, que fechou praias inteiras após a intensificação dos casos de ataques a banhistas.