Via Folha de S. Paulo – Por Painel
Com o distanciamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os sinais cada vez mais fortes de que a maioria do PSDB quer deixar o governo, Michel Temer aposta todas as fichas de sua sobrevivência na aliança com partidos do centrão. As mensagens mais fortes de apoio vieram de siglas como o PTB, o PP e o Solidariedade. No PR, Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, firmou compromisso de, se necessário, fechar questão no partido contra a aceitação da denúncia. Expoentes da ala do tucanato que trabalha para desembarcar do governo começaram a fazer gestos a Rodrigo Maia. Disseram a aliados do democrata que apoiariam o presidente da Câmara numa eleição indireta, caso Michel Temer caia.
Não há, porém, unidade no PSDB — o que não é novidade. Parte da cúpula do partido ainda diz que Maia não tem condições de segurar o rojão que será tocar o Planalto em meio a uma crise tão aguda. Um dirigente de partido do centrão deu dois conselhos a Temer: abrir mais espaço para o PMDB no governo e montar uma base pequena, mas sólida, com “172 deputados para matar e para morrer”.
Um integrante do governo diz que, hoje, Temer teria mais de 200 votos. É o suficiente para barrar a denúncia, mas não para dar uma prova inequívoca de força política. Com os sinais de que o relator da denúncia na CCJ, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), não vai aliviar para o governo, aliados do presidente começam a fazer o discurso de que o resultado que vale é o da votação no plenário da Câmara. O Planalto promove, porém, forte ação para garantir vitória, ainda que magra, no colegiado.
Continua…