Por Tádzio Estevam/Diário de Pernambuco – O deputado estadual Clodoaldo Magalhães, ex-integrante do PSB, chega ao Partido Verde (PV) já assumindo a presidência estadual do diretório no lugar do então presidente Jorge Carreiro. Após a saída dele da antiga legenda, mediante pedido de expulsão por estar “invadindo bases partidárias”, segundo os ex-aliados Felipe Carreras, Danilo Cabral, Tadeu Alencar e Milton Coelho, Clodoaldo se filiou ao PV na segunda-feira, utilizando a abertura da janela partidária. Após quatro mandatos como deputado estadual por Pernambuco, o parlamentar irá disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, nessas eleições.
No ato de filiação ocorrido na segunda-feira (14), o então presidente estadual do partido, Jorge Carreiro, anunciou que Clodoaldo já chega ao PV assumindo a presidência do diretório. Na próxima segunda (21), toda diretoria realizará uma renúncia coletiva para que uma nova diretoria assuma o partido. A reportagem tentou entrar em contato com Jorge Carreiro para saber, entre outras coisas, como foi para o PV receber um parlamentar que deixa uma sigla acusado de “deslealdade e desprezo pela ética partidária”, citadas no ofício enviado pelos antigos colegas ao presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, mas não obteve retorno.
Para o mais novo membro do PV, a chegada ao partido já como presidente do diretório estadual, significa a junção de pensamentos. “Estamos num momento muito importante, onde temos uma luta que sempre foi nossa e que agora poderemos colocar em prática ao lado de um partido que pensa e tem os mesmos propósitos que os nossos”, disse. Clodoaldo agradeceu a Jorge por ele ter sido o principal articulador de todo o processo para o seu ingresso no Partido Verde. “Foi através dele que fui despertado para estar na legenda. Foi ele que me procurou e me trouxe para a direção”, revelou.
Expulsão – Os últimos meses de Clodoaldo Magalhães no PSB foram bastante conturbados. Em novembro do ano passado, o ofício solicitando a expulsão do parlamentar do PSB foi entregue ao diretório estadual do partido, ao presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, ao prefeito do Recife, João Campos e ao governador Paulo Câmara. A acusação era de que atitudes do deputado “agrediam a boa convivência no âmbito do partido, pelo modo traiçoeiro e desleal com que tem agido na captação de apoios com intuito de consolidar sua candidatura a deputado federal”.
Clodoaldo também foi visto, embora na posição de parlamentar, em eventos realizados por partidos da oposição, como um ato do pré-candidato ao governo do Estado, Miguel Coelho (DEM), que também foi visto como ato de infidelidade pelos companheiros de partido, que especularam uma busca de espaço do parlamentar em siglas da oposição. À época, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, foi duro e declarou que quem não prezar por princípios como a fidelidade e as pautas do partido “não encontrará ambiente nem respaldo na nossa legenda para disputar como avaliada em 2022 e certamente não terá lugar no PSB”.