Ciro propõe governar por plebiscitos no modelo europeu

Por Beatriz Borges, Mateus Rodrigues e Kevin Lima, g1 — Brasília – O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta terça-feira (23), em entrevista ao Jornal Nacional, que defende governar utilizando plebiscitos, para superar a “crise eterna” gerada pela aliança dos governos com o Centrão.
Ciro também propôs criar uma “Lei Antiganância”, mecanismo que consideraria uma dívida liquidada caso o devedor pagasse, por causa dos juros, duas vezes do valor original.
O candidato do PDT falou ainda de:
  • criar um programa de renda mínima de R$ 1 mil por família
  • taxar grandes fortunas
  • acabar com a reeleição
  • superar erros dos últimos governos que, segundo ele, levaram o país para a fome e a informalidade
Ciro foi o segundo candidato a participar da série de entrevistas do JN. Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado na segunda (22). Os próximos serão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quinta-feira (25), e Simone Tebet (MDB), na sexta-feira (26).
Foram convidados os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha em 28 de julho. André Janones (Avante), que estava entre os cinco, retirou a candidatura.
Um sorteio realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos definiu as datas e a ordem das entrevistas.
Logo no início da entrevista, Ciro disse que pretende mudar o modelo político, para evitar corrupção.
“É o que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão na expressão elegante do FH, ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao centrão. Se a gente não chegar à conclusão, Bonner e Renata, de que este modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula para cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, FH e o PSDB nunca mais disputaram uma eleição nacional e Collor cassado, e Bolsonaro desmoralizado agora. Minha proposta é transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático. Para que a gente discuta ideias”, argumentou o candidato.
Ao defender os plebiscitos, Ciro foi lembrado de que países autoritários e populistas, em especial na América Latina, têm usado plebiscitos para governar.