Ciro critica Lula e descarta apoio ao petista, mas afirma que Bolsonaro é pior

Correio Braziliense – O pré-candidato ao Planalto Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (20) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é responsável pela corrupção no governo e reforçou não haver possibilidade de uma aliança com o petista. Ele admitiu, porém, que considera o presidente Jair Bolsonaro (PL) pior. 
“Lula é responsável por ter levado a corrupção para o centro do poder no país. No ano seguinte do golpe, Lula estava abraçado com os promotores desse mesmo golpe”, disse Ciro, em sabatina realizada hoje pela Folha de S.Paulo e pelo UOL, citando o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
O pré-candidato também afirmou que o ex-presidente Lula está “destruindo as organizações partidárias”, citando legendas que já declararam apoio ao petista: PSol, PCdoB e PSB. Ciro descarta qualquer tipo de apoio a Lula. Sobre um possível segundo turno, porém, ele afirma que nunca votou nulo ou em branco, e que o momento seria de votar “no menos pior”.
Questionado sobre Bolsoaro, que tentará a reeleição, Ciro admitiu que o considera pior que Lula. “É um grande corrupto, um grande incompetente, mas é um fascista”, disse, afirmando que o petista atua dentro da democracia.
Diálogo com a terceira via
Ciro aproveitou para esclarecer sua aproximação com o União Brasil e as negociações com os partidos que apresentarão candidatura única do “centro democrático”. O lançamento está marcado para o dia 18 de maio, mas o pré-candidato acredita que o anúncio será adiado.
Ele defendeu que a aproximação com partidos não pode ser um “conchavo despolitizado”, e que não tem restrições agora que Moro, ao qual classificou como um “inimigo da República”, não está mais cotado para concorrer ao Planalto.
Além disso, Ciro Gomes não descartou a possibilidade de concorrer como vice caso as negociações com a terceira via avancem, mas reforça que será candidato pelo menos até julho.
“O diálogo pressupõe uma página em aberto. […] Quem senta para dialogar senta para dialogar mesmo. Agora, nem eu exijo que ninguém retire a candidatura e nem eu posso chegar dizendo que admito retirar a candidatura”, disse Ciro.