“Tivemos problemas semelhantes em Petrópolis, sul da Bahia, norte de Minas. Estive ano passado no Acre também. Infelizmente, essas catástrofes acontecem, um país continental tem seus problemas”, afirmou o presidente Bolsonaro que visitou a região nesta segunda-feira (30).
“Estamos obviamente tristes, manifestamos nosso pesar aos familiares. O objetivo maior é confortar os familiares e atender a população com meios materiais”, acrescentou.
O governo federal anunciou uma alocação de R$ 1 bilhão para ajudar o governo local e os municípios com a resposta humanitária, o restabelecimento dos serviços básicos e, posteriormente, a reconstrução das casas.
Esta manhã, os bombeiros continuavam as buscas pelos desaparecidos na comunidade do Jardim Monte Verde, epicentro do desastre.
Sob um céu nublado, socorristas e garis trabalhavam nesta área íngreme com casas precárias localizada na divisa entre Recife e o município de Jaboatão dos Guararapes, onde um deslizamento de terra soterrou casas inteiras no sábado e causou a morte de vinte pessoas.
Previsão de novas chuvas
As chuvas começaram na terça-feira passada, mas se intensificaram no fim de semana.
Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, o volume de chuvas chegou a 70% do esperado para todo o mês de maio em alguns pontos da capital pernambucana.
“Ainda tem previsão de chuva para os próximos dias, as medidas de autoproteção precisam ser respeitadas, a população precisa respeitar os alertas da defesa civil local”, comentou nesta segunda-feira o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira.
O Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) estima como “muito alta a possibilidade de ocorrência de alagamentos e inundações urbanas nas mesorregiões da Mata Pernambucana e Metropolitana de Recife devido aos acumulados de chuva nos últimos dias nas bacias hidrográficas e à previsão de continuidade de chuva ao longo do dia”.
A devastação também deixou cerca de 5.000 desabrigados ou deslocados e danos extensos à infraestrutura de vários municípios.
As imagens deste fim de semana evocam o drama ocorrido em fevereiro em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, onde 233 pessoas morreram devido a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra.
Segundo especialistas, tragédias desse tipo se devem, além das fortes chuvas, à topografia e à existência de grandes bairros com moradias precárias no Brasil, muitos deles construídos ilegalmente, em áreas de risco acentuado.