E na quarta-feira o governo de Jair Bolsonaro completa 100 dias. Quem fizer o exercício de tentar listar os fatos mais marcantes corre o risco de encontrar mais “caneladas”, como gosta de dizer o presidente, que feitos concretos.
As iniciativas virtuosas vieram dos dois ministros sobre os quais havia mais expectativas e de um que estava fora do radar, mas se destacou nos três primeiros meses. Paulo Guedes enviou a reforma da Previdência ao Congresso ainda em fevereiro. Sérgio Morofez o mesmo com o pacote anticrime, no mesmo tempo. E o “ministro revelação” é Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, que já tem uma bela cartela de realizações para ajudar no balanço que Bolsonaro fará.
Os militares cumpriram o que se esperava deles: foram a voz da sensatez nas crises e nas controvérsias que tinham potencial de se tornar crises, mas sua ascendência sobre o presidente se mostrou menor do que se esperava: muitas vezes eles perderam a queda de braço para os filhos ou para a tal ala anti-establishment, capitaneada à distância e aos berros e palavrões por Olavo de Carvalho.
E de resto? Muita polêmica vazia, tendo as redes sociais como palco, overdose de ideologia se imiscuindo em áreas que deveriam ser técnicas e uma paralisia da qual só agora se ensaia sair na articulação política.