Correio Braziliense
O plenário da Câmara pode votar nesta quarta-feira (1º) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o adiamento das eleições municipais para novembro, afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta terça-feira (30). A negociação entre os parlamentares, segundo ele, está em fase avançada.
“O diálogo está bem encaminhado, para que a gente possa votar amanhã e ter definição sobre o assunto ainda na quarta-feira”, disse Maia. O Senado aprovou o novo calendário na terça-feira (23) da semana passada, com previsão de primeiro turno em 15 de novembro e segundo turno em 29 de novembro. As datas iniciais eram 4 e 25 de outubro.
Para que o texto seja aprovado na Câmara, são necessários 308 votos favoráveis, em duas rodadas de votação. Parte dos deputados, principalmente do centrão, não concorda com as datas e pede a votação de outros projetos como contrapartida à aprovação da PEC.
Um deles prevê que a ajuda financeira da União a estados e municípios, prevista na Medida Provisória (MP) 938, dure até dezembro deste ano, não até julho, proposta atual. A transferência dos recursos é uma forma de recompor perdas arrecadatórias das prefeituras e dos governos estaduais durante a pandemia.
Segundo Maia, as conversas sobre os dois assuntos não têm a ver com a votação do adiamento das eleições. “Não vejo isso como uma troca. Acho um erro tentar vincular uma coisa a outra”, disse. O deputado disse que o governo já estava negociando as mudanças na MP, que só não foi votada antes porque há outras mais urgentes. “Ainda não deu tempo”, explicou.
Propaganda partidária
Outra proposta em discussão é a retomada da propaganda partidária gratuita em rádio e televisão, proibida em 2017. A mudança está prevista um projeto de lei do senador Jorginho Mello (PL-SC) que prevê transmissões em blocos de 30 segundos nos intervalos das programações normais das emissoras. A lei entraria em vigor em 2021 e não valeria para as eleições municipais deste ano.
Maia afirmou que o debate para restabelecer o tempo de televisão também “não deve ser vinculado a nenhuma votação de adiamento de eleição”. O assunto, segundo ele, é uma demanda antiga das legendas. “Naturalmente, no decorrer dos próximos meses, esse debate vai voltar, porque é interesse de muitos partidos na Câmara e no Senado”, disse.