O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi deixado de fora do tradicional ranking anual das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time. O chefe do Executivo brasileiro já havia aparecido na lista em 2019 e 2020.
Desta vez, no entanto, a única personalidade brasileira a integrar a lista é a empresária Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza, que teve seu perfil escrito pelo ex-presidente Lula no site oficial da revista.
Em 2019, Bolsonaro figurou no grupo dos mais influentes do globo após vencer as eleições presidenciais. Era o primeiro ano de seu governo. Na época, o editor e colunista da Time, Ian Bremmer – que também é presidente da Eurasia Group –, descreveu o presidente brasileiro como uma “figura complexa” e como alguém que representava a melhor chance do Brasil para conduzir reformas econômicas e domar o crescimento da dívida pública.
Bremmer previu, no entanto, que o “apetite por controvérsias” de Bolsonaro poderia esbarrar em instituições da “democracia dinâmica” brasileira e precisaria aprender a fazer acordos para fazer andar sua agenda.
Já na edição de 2020, o tom foi outro. Na época em que a lista foi divulgada, em setembro do ano passado, o Brasil já contava mais de 137 mil mortes por Covid-19. Ao mesmo tempo, Bolsonaro discursava contra vacinas e se reunia com médicos que defendiam o uso de medicamentos sem eficácia contra o vírus.
No texto descritivo de Dan Stewart, editor da editoria de Internacional da Time, o jornalista destacou que, na época, pelo menos cinco ministros já tinham sido exonerados ou renunciado a seus cargos. Ele também citou os incêndios fora de controle na Amazônia e ressaltou o negacionismo de Bolsonaro.
Stewart também fez questão de citar que 37% dos brasileiros ainda aprovavam o governo de Jair Bolsonaro no mês anterior – melhor índice desde o início do governo – e que esse percentual só se sustentava graças ao Auxílio Emergencial.
Agora, segundo os últimos dados do instituto Datafolha (de julho), o presidente amarga uma aprovação de apenas 24%, frente a uma reprovação significativa de 51%. Já uma pesquisa do PoderData, divulgada neste mês, mostra que o chefe do Executivo possui um apoio de 27% dos entrevistados, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.