O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou na tarde de ontem (13) a saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil. Ele assumirá agora a pasta da Cidadania, antes comandada por Osmar Terra.
A Casa Civil será assumida pelo general do Exército Walter Souza Braga Netto, confirmando o terceiro ministro militar no Palácio do Planalto.
Além de Braga Netto, outros dois generais chefiam a Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o GSI, Augusto Heleno.
O convite de Bolsonaro a Braga Netto, antecipado nesta quarta-feira (12) pela Folha de S.Paulo, consolida a retomada do prestígio do núcleo militar no governo.
As trocas foram confirmadas pelo próprio Bolsonaro em suas redes sociais.
“Informo que o Ministério da Cidadania será comandado pelo Deputado Federal Onyx Lorenzoni. A Chefia da Casa Civil será exercida pelo General de Exército Walter Souza Braga Netto”, escreveu o presidente.
Na manhã desta quinta-feira, ele havia dito que as trocas ministeriais seriam anunciadas apenas por meio de publicações no Diário Oficial da União.
O presidente agradeceu ainda Osmar Terra, que deverá reassumir o mandato de deputado federal. O agora ex-ministro negou a oferta feita por Bolsonaro de assumir uma embaixada.
“Agradeço ao Ministro Osmar Terra pelo trabalho e dedicação ao Brasil e que terá continuidade na Câmara dos Deputados”, escreveu.
A transmissão de cargos, pelo que informou o presidente, será realizada na próxima terça-feira (18) em cerimônia no Palácio do Planalto.
Bolsonaro passou a tarde sem agenda oficial, em reunião com seus principais aliados e conselheiros para resolver o novo desenho ministerial.
Houve resistência por parte de Braga Netto em aceitar o convite para assumir a Casa Civil. Por outro lado, o presidente chegou a pensar se essa seria a melhor solução devido às críticas de que militares são maioria na equipe ministerial palaciana.
Braga Netto é o atual chefe do Estado-Maior do Exército, liderou o Comando Militar do Leste e, durante dez meses em 2018, foi o interventor militar na área de segurança pública do Rio de Janeiro.
Grupos influente no começo do mandato de Bolsonaro, os militares haviam perdido poder ao longo de 2019. No lugar, ascendeu a influência da ala ideológica do bolsonarismo, comandada informalmente pelos filhos de Bolsonaro e composta por discípulos do escritor Olavo de Carvalho.
O cenário começou a mudar com a ida ao Planalto do general Luiz Eduardo Ramos, amigo de Bolsonaro que virou chefe da Secretaria de Governo.
MILITARES NO 1º ESCALÃO DO GOVERNO
Hamilton Mourão
Vice-presidente, é general da reserva do Exército
Augusto Heleno
Chefe do GSI, é general da reserva do Exército
Luiz Eduardo Ramos
Chefe da Secretaria de Governo, é general da ativa do Exército
Marcos Pontes
Ministro da Ciência e Tecnologia, é tenente-coronel da reserva da Força Aérea
Bento Albuquerque
Ministro de Minas e Energia, é almirante da reserva da Marinha
Fernando Azevedo
Ministro da Defesa, é general da reserva do Exército
Wagner Rosário
Ministro-chefe da CGU, é capitão da reserva do Exército
Tarcísio Freitas
Ministro da Infraestrutura, é capitão da reserva do Exército