Desde que ficou acertada esta semana a saída de Joaquim Levy do primeiro escalão, a presidente Dilma Rousseff iniciou um processo de consulta a assessores e aliados em busca de um nome para comandar o Ministério da Fazenda.
Diante da dificuldade para atrair alguém de fora para o governo, a opção pode ser por uma “solução doméstica”: o deslocamento do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para a Fazenda; e no Planejamento, um nome político, como o do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, também é visto como uma opção, principalmente por ser o preferido pelo mercado financeiro.
De acordo com uma publicação na coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, essa seria “uma solução caseira” e o nome do ministro já circula “nos gabinetes palacianos”. Outro nome sugerido ainda seria o do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Entretanto, o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, é o nome mais cotado para ocupar o cargo. Com a saída de Levy, o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são favoráveis a Barbosa, mas a sugestão não é unânime.
Ainda segundo a Folha, os nomes de Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper, e do diretor executivo do Brasil no FMI, Otaviano Canuto, também estão sendo cogitados.
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A presidente Dilma Rousseff deseja que o sucessor de Levy seja definido com urgência. Segundo a reportagem, a decisão pode acontecer nesta sexta-feira (18) ou, no máximo, até a próxima semana.
A especulação sobre a saída do ministro começou com o boato de que sua permanência no cargo estaria condicionada à meta de 0,7% do PIB de superávit primário para 2016. Na terça-feira, dia 15, Dilma contrariou Levy e tomou a decisão de colocar a meta fiscal entre zero e 0,5%.
Joaquim Levy terminou sua participação como ministro da Fazenda no Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira e afirmou que não fará parte do próximo encontro, marcado para 21 de janeiro.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele criticou o posicionamento do governo e se mostrou aliviado com a saída. O ministro conta que desde de que assumiu o cargo tenta fazer reformas econômicas, mas considera que a prioridade do governo é a manutenção da meta fiscal.
“Por quê? Eu nunca entendi. Parece que tem medo de reforma, não quer nenhuma reforma. A única que fez foi a de 85/95 (alteração nas regras da Previdência)”, afirmou. “Então ficou só o fiscal porque o fiscal é mais para sobrevivência”.
Levy não foi claro sobre o exato momento em que deixará o cargo “O fim do ano legislativo amplia minhas opções”, mas brinca quando perguntado sobre o futuro: “Meu caminho é de paz interior. Estou tranquilo”. (Jamildo)