Após fuga de presos, governo de PE promete investigar agentes e policiais…

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O Governo do Estado informou neste domingo (8) que vai investigar todos os agentes penitenciários e policiais militares que estavam de plantão durante a madrugada de sábado (7) no Presídio Frei Damião de Bozzano, que integra o Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. A suspeita é de que alguém tenha facilitado a fuga de três detentos.

Domingo (8) também houve protesto e tumulto no Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, e fuga de presos através de um buraco aberto por meio de uma explosão no muro da penitenciária Barreto Campello, em Itamaracá.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos afirma que a suspeita de favorecimento aumenta pelo fato de que os presos fugiram usando uma “tereza”, como é conhecida a corda feita com lençóis e tecidos, um tipo de fuga que requer mais tempo para se concretizar.

Continua…

Em nota, o Governo do Estado informou que “vai tomar todas as providências necessárias para apurar o envolvimento de agentes públicos na facilitação para fuga de detentos”. O governador também determinou medidas para melhorar a infraestrutura tanto no Complexo do Curado como na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, onde houve uma explosão que abriu um buraco no muro, permitindo a fuga de uma quantidade não informada de presos.

As decisões foram tomadas durante uma reunião no Palácio do Campo das Princesas convocada pelo governador Paulo Câmara. Participaram os secretários Pedro Eurico (Justiça e Direitos Humanos), Antônio Figueira (Casa Civil), Danilo Cabral (Planejamento e Gestão), Milton Coelho (Administração), o secretário-executivo de Defesa Social, Rodrigo Bastos, e o procurador-geral do Estado, César Caúla.

Nenhum detento foi recapturado até agora. Na madrugada deste domingo (8) também houve fuga de presos na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, por meio de um  buraco na muralha causado por uma explosão.

As duas fugas chamam atenção novamente para a crise que vêm enfrentando os presídios do estado. Uma pesquisa da ONG Human Rights Watch (HRW) apontou que os próprios detentos comandam as penitenciárias do estado. O secretário-executivo de Ressocialização, Éden Vespaziano, afirmou que o estado tem “um propósito firme de voltar a ter o controle de todas as unidades prisionais”.

Segundo a Secretaria de Ressocialização (Seres), o estado mantém atualmente 31.919 presos, sendo que a capacidade é de 11.196. Isso representa um déficit de 20.723 vagas.

Paliativo
Audiências de custódia foram implantadas no estado em agosto deste ano para que juízes analisem a legalidade e necessidade da prisão. De acordo com Vespaziano, cerca de 40% dos detidos levados a essas audiências no Grande Recife foram liberados.(G1)