Anel vaginal reduz em 30% risco de infecção por HIV em mulheres…

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Um anel vaginal contendo um novo microbicida reduz em cerca de 30% o risco médio de infecção com o vírus da HIV nas mulheres – é o que mostram os resultados de dois testes clínicos publicados na segunda-feira (22) na revista científica “New England Journal of Medicine”.

Estes resultados dão uma nova esperança a inúmeras mulheres com alto risco de infecção que precisavam de mais opções para se proteger de maneira eficaz contra o HIV”

Zeda Rosenberg, microbiologista

Estes anéis, inspirados nos utilizados para a contracepção ou tratamentos hormonais, contêm o antiviral experimental dapirivina, que se espalha gradualmente. Eles devem ser trocados a cada mês.

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O uso destes anéis apresenta um interesse particular para as mulheres dos países em desenvolvimento, onde as taxas de infecção por HIV são elevadas, e onde as mulheres têm mais dificuldade para convencer o parceiro a usar o preservativo, explicou a microbiologista Zeda Rosenberg, que comanda o centro International Partnership for Microbicides (IPM), ao apresentar o resultado dos estudos.

Ao todo, 4.588 mulheres HIV-negativas com idades entre 18 e 45 anos do Malawi, da África do Sul, de Uganda e do Zimbábue participaram dos dois testes clínicos de fase 3 chamados “The Ring” e “Aspire”, entre 2012 e 2015.

As mulheres que usaram o anel vaginal reduziram o risco de infecção pelo vírus da Aids de 27% a 31% comparativamente àquelas que usaram um placebo, afirmou o IPM.

Mais eficaz em mulheres mais velhas
E os anéis se mostraram claramente mais eficazes nas mulheres com mais de 25 anos, entre as quais reduziram o risco de infecção em 61% no estudo Aspire e em 37% no estudo The Ring.

Esta diferença se explica pelo fato de que as mulheres mais velhas usam estes anéis mais frequentemente, notam os pesquisadores.

“Estes resultados dão uma nova esperança a inúmeras mulheres com alto risco de infecção que precisavam de mais opções para se proteger de maneira eficaz contra o HIV”, ressaltou Rosenberg.

“As mulheres precisavam de um método discreto que agisse durante um longo período para se proteger contra o hiv, além de ser um método que elas possam controlar e desejam utilizar”, estimou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, que financiou o teste Aspire.

Os resultados dos dois testes foram apresentados na conferência sobre os retrovírus e as infecções oportunistas (CROI) que ocorre esta semana em Boston (Massachusetts).

Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o hiv no mundo, dentre as quais mais da metade são mulheres – segundo o Instituto Nacional da Saúde (NIH) americano. (G1)