Aids chega aos 35 anos envolta em preconceito…

aids_ribbon

Quando descobriu estar infectado pelo vírus da aids, o educador José Araújo Lima, de 57 anos, não temeu a morte, mas, sim, ver as pessoas que amava se afastarem. Só abriu o diagnóstico para o primo, com quem dividia um quarto. A partir de então, o parente não aceitou dormir no mesmo cômodo que ele. O resultado positivo para o exame de HIV também fez o professor Bruno, de 23 anos, sentir-se excluído. Os amigos se afastaram e ele foi demitido do emprego quando o chefe descobriu a doença.

Lima se infectou em 1985. Bruno, em 2014. O tratamento disponível para a doença passou por uma revolução durante as quase três décadas que separam as duas histórias. O preconceito, no entanto, continua quase o mesmo.

Continua…

“Naquela época, quem descobria ser soropositivo vivia na sombra. O preconceito era tão violento que você preferia a morte do que ter de lidar com ele. O tratamento evoluiu, mas a pessoa que descobre hoje o vírus tem os mesmos medos e as mesmas dores que eu carreguei em 1985. A principal delas é o terror do preconceito”, conta Lima, hoje integrante do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids). (Estadão)