Depois de anunciar que tiraria uma licença para se dedicar à campanha a presidente da República, o senador Aécio Neves (PSDB) decidiu permanecer no cargo e garantir a possibilidade de usar a tribuna para discursos políticos. O candidato garantiu ainda que vai devolver os salários de julho a outubro, período da campanha. Um senador ganha mensalmente R$ 26,7 mil e a devolução é feita à União por meio de uma guia de recolhimento, paga em qualquer banco. Pelas regras do Senado, os parlamentares têm a prerrogativa de tirar licença para tratamento de saúde ou “fins particulares”. Quando o afastamento é superior a 120 dias o suplente é convocado.
Aliados pressionaram Aécio Neves para manter o mandato porque consideram que isso lhe dá liberdade de ocupar o plenário se for alvo de ataques de governistas. Apesar de o Congresso funcionar no chamado “recesso branco” até as eleições, as sessões sem votações ocorrem diariamente quando há quórum, o que significa a abertura da tribuna para discursos dos parlamentares. Outro ponto que pesou na decisão é que o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice-presidente na chapa do mineiro, poderia ser forçado a adotar o mesmo procedimento, o que enfraqueceria a oposição no Senado.
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