Aécio desiste de pedir licença ao Senado e dispensa salário…

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Depois de anunciar que tiraria uma licença para se dedicar à campanha a presidente da República, o senador Aécio Neves (PSDB) decidiu permanecer no cargo e garantir a possibilidade de usar a tribuna para discursos políticos. O candidato garantiu ainda que vai devolver os salários de julho a outubro, período da campanha. Um senador ganha mensalmente R$ 26,7 mil e a devolução é feita à União por meio de uma guia de recolhimento, paga em qualquer banco. Pelas regras do Senado, os parlamentares têm a prerrogativa de tirar licença para tratamento de saúde ou “fins particulares”. Quando o afastamento é superior a 120 dias o suplente é convocado.

Aliados pressionaram Aécio Neves para manter o mandato porque consideram que isso lhe dá liberdade de ocupar o plenário se for alvo de ataques de governistas. Apesar de o Congresso funcionar no chamado “recesso branco” até as eleições, as sessões sem votações ocorrem diariamente quando há quórum, o que significa a abertura da tribuna para discursos dos parlamentares. Outro ponto que pesou na decisão é que o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice-presidente na chapa do mineiro, poderia ser forçado a adotar o mesmo procedimento, o que enfraqueceria a oposição no Senado.

Continua…

Marketing

Aécio, que participou nessa terça-feira com o candidato tucano ao governo do Distrito Federal, Luiz Pitiman, de uma reunião com diretores da Associação Médica de Brasília, aproveitou para fazer mais críticas ao governo Dilma. Ele afirmou que, caso seja eleito, seus ministros não atuarão como “marqueteiros” do governo e criticou ações da equipe de Dilma Rousseff (PT), que disse serem baseadas em “marketing” e na “superficialidade”. “O meu governo não estará preocupado com marcas ou slogans. Meu governo não terá os ministros mais importantes atuando como marqueteiros. O que eu quero é resultado”, disse o tucano, que participou ontem de uma reunião com diretores da Associação Médica de Brasília.

No encontro, Aécio Neves defendeu que o Brasil precisa “resgatar a dignidade”, o que só será possível com o respeito aos profissionais da área de saúde. Para isso, prometeu criar uma carreira nacional de médicos – uma das reivindicações da categoria – e construir 500 centros de atendimento especializado. A proposta tucana é que o paciente da rede pública já saia do local com encaminhamento para exames e remédios.

Aécio afirmou ainda que, em seu governo, as políticas de saúde serão debatidas com os profissionais da área, que ficarão responsáveis pela execução das políticas públicas. Em relação ao programa Mais médicos, lançado pelo governo Dilma Rousseff, o candidato afirmou que se trata apenas de uma “solução lateral”, embora esteja sendo tratada como “central” para o problema da saúde pública no país.

O tucano argumentou que o Brasil precisa de mais profissionais, mas que é preciso mais diálogo entre os gestores e as entidades representativas dos médicos. “Claro que queremos mais médicos, mas queremos mais que isso. Queremos mais saúde, mais responsabilidade, mais solidariedade e, sobretudo, mais diálogo com as entidades que representam os agentes públicos de saúde em todas as suas manifestações”, argumentou.

Questionado sobre a vinda de médicos cubanos para o Brasil, Aécio afirmou que eles não serão “discriminados” em termos salariais. Os profissionais da ilha têm um vencimento inferior ao dos demais participantes do programa. Os contratos com o governo brasileiro têm duração de três anos e, segundo o senador, depois desse período não será mais necessária a vinda de estrangeiros, pois, “ao longo do tempo, nossas políticas e ações permitirão que as vagas sejam ocupadas por brasileiros”.

Ferrovias

Infraestrutura foi outro tema debatido com os médicos do Distrito Federal. Depois de anunciar a criação de um ministério específico para tratar do setor, Aécio garantiu ontem que as hidrovias e ferrovias serão prioritárias em seu governo. O tucano aproveitou para criticar sua principal adversária, que disputa a reeleição. Segundo ele, as ações de Dilma para as ferrovias não avançaram o suficiente para atrair investimentos privados. Ele também criticou as obras paradas no país e destacou a necessidade de marcos regulatórios e segurança jurídica para o setor. (Diário de Pernambuco)