A nova roupagem dos políticos…

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Débora Bergamasco, Pedro Marcondes de Moura

ISTOÉ

Faltando menos de três meses para as eleições municipais, a descrença com os governantes só cresce. Bate recordes após dois anos de Operação Lava Jato, do traumático afastamento de uma presidente da República envolta em corrupção e do colapso dos serviços públicos. Chegou-se a um ponto em que só 6% da população acreditam na classe política, segundo levantamento da organização internacional GFK Verein. É nesse cenário que começam a despontar em várias capitais candidatos com uma roupagem diferente. Não são necessariamente novatos ou desconhecidos, mas tratam a política e a forma de fazê-la de um jeito que os eleitores não estão acostumados a ver. Em geral, têm a capacidade de gestão como o ponto forte das biografias e apresentam nos currículos ações práticas e não apenas bandeiras ou promessas vazias. São os casos dos empresários João Dória Júnior (PSDB) na capital paulista e Roberto Oshiro (Rede) em Campo Grande, do reitor Carlos Maneschy em Belém, do juiz federal Julier Sebastião (PDT) em Cuiabá e do Delegado Waldir (PR) em Goiânia.

Workaholic, daqueles que trabalham 16 horas ao dia, João Dória Júnior estreará nas urnas na disputa pela prefeitura de São Paulo. Possui uma carreira bem-sucedida na iniciativa privada. É dono de um grupo de comunicação responsável por reunir mais de 50% do PIB em eventos. Contatos que podem auxiliá-lo no plano de trazer empresas para ajudar a resolver problemas do município, mergulhado em dívidas. “Para fazer uma gestão eficiente tem de diminuir o tamanho da máquina pública e gerar novas receitas”, diz. O empresário pretende arrecadar entre R$ 7,5 bilhões a R$ 9 bilhões com a privatização de estruturas públicas deficitárias, como o autódromo de Interlagos. Quer promover concessões e parcerias público privadas para tirar das maquetes obras e empreendimento que a cidade não tem recursos para fazer. Do outro lado, pretende aprimorar o gasto público. A idéia é promover um choque de gestão que consistiria na redução do número de secretarias municipais e no aumento de subprefeituras para que a prefeitura se aproxime mais da população.

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