A equação petista…

Por Arthur Cunha – especial para o blog

Montar um governo não é tarefa fácil. Montar um governo com o PT, onde o PT não é o protagonista, é ainda mais difícil. A equação petista em Pernambuco é melindrosa. E o governador Paulo Câmara tem procurado contemplar os diversos grupos do partido que foram importantes na sua vitória. O diálogo tem sido direto com o senador Humberto Costa, que ainda não se voltou às bases para auscultar os correligionários. O tempo está se esgotando, e a base petista – até em decorrência da falta de perspectiva de poder no nacional – está tendo picos de ansiedade aqui no estado.

O denominador comum está perto de ser alcançado. Ele aponta para a Secretaria de Agricultura, que passará a ter um perfil cujo foco será a Agricultura Familiar, ou seja, mais próximo a um segmento com DNA petista. Nesse desenho, Paulo contempla um compromisso de campanha e reforça seus laços com os movimentos ligados à terra. Mas se afasta do ministério de Bolsonaro, que será comandado por uma ruralista. Falta, ainda, o nome. Palacianos ressaltam que primeiro é preciso bater o martelo quanto à diretriz da pasta. Só depois o processo afunila para o escolhido.

Três quadros petistas figuram entre as possibilidades, sendo muito difícil um deles não ser o convocado: o estadual eleito Doriel Barros, da Fetape, o federal eleito Carlos Veras, da CUT, e o deputado estadual Odacy Amorim, que tem um eleitorado próprio no São Francisco. Fontes palacianas apontam que, nesta etapa das negociações, a opção Carlos Veras ganha força porque resolve, de uma forma mais abrangente, a equação petista. Convocado, Veras abriria vaga em Brasília para Odacy, primeiro suplente do partido.

A movimentação do deputado federal eleito reforça esse movimento. Carlos Veras já passou a elogiar o governador e a se afastar da vereadora Marília Arraes, uma das principais opositoras do PSB, também eleita federal. Esse é o cenário de hoje. As conversas estão avançando e devem chegar a uma conclusão na próxima semana com Humberto levando o desenho para a base chancelar. Mas o prego ainda não está batido. Por isso, a palavra de ordem é cautela.