Com a meta traçada de não ficar refém do PSB em 2022 para não repetir o isolamento no qual se encontrou em 2018, o PDT já vêm atuando, nos bastidores, na construção de um Plano B, que passa pela missão de atrair siglas como DEM, PV, Cidadania e PSDB. A aproximação com o DEM, já havia ganhado capítulos mais explícitos, via troca pública de afagos entre o presidente nacional do Democratas, ACM Neto, e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, em meio à consolidação de aliança, em 2020, em Salvador (BA). Em relação ao PSDB, esse caminho também anda sendo pavimentado e o dirigente nacional do tucanato, Bruno Araújo, à coluna, faz menção a essas costuras: “Objetivamente, o PDT está no radar de todos nós”. E observa o seguinte: “A candidatura de Lula leva todos nós a exercitarmos o diálogo mais amplo”. Bruno faz referência ao fato de o STF ter anulado condenações contra o ex-presidente petista, o que o leva a recompor seus direitos políticos e se reposicionar na cena da corrida presidencial. Nessa arrumação para 2022, Bruno adverte: “Não pode ter prato pronto!”. Então, traduz: “Temos que desarmar um pouco as pretensões pessoais nesse momento para construir alternativas de diálogo”.
A ponte do PSDB com o PDT passa por Pernambuco. Bruno realça ter, em Caruaru, relações “políticas e interpessoais” com o PDT, fazendo referência ao bom trânsito com o presidente estadual da sigla, Wolney Queiroz, líder da legenda na Câmara Federal. PDT e PSDB também se entendem no Maranhão, onde são aliados históricos. Na avaliação de pedetistas, a ameaça de volta do PT ao Planalto pode acabar assustando o centro e empurrando-o a se alinhar à direita, o que beneficiaria o presidente Bolsonaro. Por essa lógica, o presidenciável Ciro Gomes seguirá buscando aliança com o centro. Pelo aceno feito por Bruno, há reciprocidade nessa construção. “Se não houver exercício de desprendimento no campo do centro”, argumenta Bruno, “a polarização se consolidará entre Lula e Bolsonaro”. No PSDB, há prévias agendadas para outubro com três presidenciáveis no páreo: João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio.