A Volkswagen anunciou a suspensão das fábricas de veículos no Brasil, entre 24 de março e 4 de abril, em decorrência do agravamento da pandemia do novo coronavírus. “A empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, informou a montadora em comunicado.
A paralisação atinge as quatro fábricas da marca no país: São Bernardo do Campo (SP), que produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro, Taubaté (SP), que faz Up, Gol e Voyage, São Carlos (SP), responsável pela produção de motores, e São José dos Pinhais (PR), de onde saem Fox e T-Cross.
Segundo a Volkswagen, serão mantidas apenas atividades essenciais nas fábricas. Os funcionários das áreas administrativas trabalharão remotamente.
Em entrevista ao canal GloboNews, o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, fez um apelo dizendo que é preciso “estimular e comunicar de uma forma clara que a ação não são férias ou um passe para ir em um churrasco, é para ficar em casa”.
Sobre a pandemia, o executivo apontou que é necessário “colocar mais foco nas vacinas”, além de ações solidárias. “Não pensar no individual e pensar no coletivo, com distanciamento social, uso de máscaras”, aconselhou.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociou a suspensão da Volkswagen e tem pressionado outras montadoras da região, como Mercedes-Benz, Toyota e Scania, reivindicando a paralisação das atividades.
A entidade “vai orientar seus associados a abrir negociação com os sindicatos responsáveis por cada planta produtiva, para discutir a situação e a possibilidade de parada, caso a caso”, informou o presidente do sindicato, Wagner Santana.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) disse em nota que acompanha “com muita atenção essa nova fase da pandemia” e que cada paralisação será decidida por cada empresa, em diálogo com os sindicatos. A entidade afirmou ter aderido ao projeto Unidos pela Vacina, que defende imunizar todos os brasileiros até setembro envolvendo iniciativas privadas.
“A exemplo do que foi feito de forma preventiva desde o início da pandemia, a indústria automotiva brasileira continuará ativamente contribuindo com as autoridades para proteger seus funcionários, suas famílias e suas comunidades. Em paralelo, atuará intensamente para a preservação da saúde financeira das empresas, de forma que após o controle da pandemia seja possível voltar a crescer, gerar riquezas e mais empregos para nosso país”, declarou a Anfavea.