Durante a campanha eleitoral, os dois principais candidatos a governador apresentaram a proposta da criação do décimo terceiro do Bolsa-Familia, com a diferença que Paulo Câmara apresentou num dia e Armando Monteiro no dia seguinte a mesma proposta. Porém, coube a Paulo Câmara, o vitorioso, a responsabilidade de colocar a proposta em prática.
Como todos sabem, não existe almoço grátis, e o projeto que beneficiará milhares de famílias de baixa renda precisaria ter alguma fonte de receita. Coube ao governador apresentar um pacote de medidas para viabilizar os projetos divulgados na campanha eleitoral, dentre eles o reajuste de 2% do ICMS no preço do etanol.
O reajuste acabou sendo bem recebido pelo setor sucroalcooleiro pernambucano, uma vez que visa aumentar a arrecadação do estado sem atrapalhar a competitividade do etanol, já que essa alíquota do ICMS para beneficiar o fundo que ajudará a pagar o décimo terceiro do Bolsa-Familia também está no preço da gasolina, mantendo a equivalência do preço dos dois combustíveis. Para o setor, o mais importante é o governador cumprir a promessa de renovar o crédito presumido, o que permite o setor sucroalcooleiro uma maior competitividade no mercado.
No tocante ao valor que será cobrado a mais no etanol para pagar o décimo terceiro do Bolsa-Família, além de não haver um impacto excessivo no preço do combustível, tem a contrapartida de que assim como acontece quando o governo paga o décimo terceiro do funcionalismo público, o pagamento do décimo terceiro do Bolsa-Familia terá um impacto significativo no comércio, uma vez que estará inserindo um consumidor que não tinha essa fonte de renda no final do ano, no fim das contas quem ganha com o cumprimento da promessa de Paulo Câmara é toda a sociedade pernambucana, pois se o comércio gira, volta o emprego e volta a renda para a população. (Edmar Lyra)