Folha de São Paulo
Na primeira sessão de votação após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados, o interino Waldir Maranhão (PP-MA) terceirizou o comando do plenário a outro deputado e acabou sendo novamente alvo de ataques. O até então aliado Silvio Costa (PTdoB-PE) cobrou, na tribuna, a sua presença: “Honre as calças que você veste!” Maranhão havia presidido a sessão de debates do dia anterior, mas acabou a encerrando sob gritos de “fora, fora, fora”, puxados por DEM e PSDB, que querem novas eleições para o comando da Câmara. Considerado por adversários e aliados como uma pessoa fraca política e administrativamente, que não conseguiria comandar uma sessão importante de votação, Maranhão fechou acordo com o “centrão” para terceirizar a presidência da Casa, nas votações, ao segundo-vice, Giacobo (PR-PR).
Em troca, esses partidos (PP, PR, PTB, PSD, entre outros) apoiariam sua manutenção no cargo. Cunha também apoia a continuidade de Maranhão, que ficaria como uma espécie de “rainha da Inglaterra”, com o título, mas sem o poder. “Se você não vier a essa sessão você vai ser desmoralizado, Maranhão. Você me prometeu que não iria fugir. Honre as calças que você veste”, discursou Sílvio Costa, segundo quem Maranhão lhe prometera exercer o comando da Câmara em sua integralidade.
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