Por Marjourie Corrêa/Folha de Pernambuco – Odor desagradável e persistente na boca, o mau hálito é um sintoma que atinge cerca de 40% da população, segundo apontou a Associação Brasileira de Pesquisa dos Odores Bucais. Embora seja bastante associado a problemas estomacais, o problema, que também é chamado de halitose, tem origem na boca em cerca de 90% dos casos.
De acordo com a cirurgiã-dentista Roberta Gondim, as principais causas do mau hálito são as cáries, que muitas vezes o paciente nem sabe que tem; problemas na gengiva, como a gengivite e a periodontite; e a falta de higienização ou até mesmo a higienização inadequada da boca.
“Nem sempre a cárie é aparente ou incômoda, mas ela existe e causa problemas, como odores desagradáveis”, alerta a especialista, que completa: “Já no caso da gengiva, é sempre bom ficar atento na aparência. Se ela estiver avermelhada, e se essa coloração estiver associada a inchaço e sensibilidade, é um indício de doenças gengivais.”
Escovação adequada
Um passo muito importante no tratamento e principalmente na prevenção da halitose é a higienização adequada da boca. Em muitos casos, a escovação inadequada é o que provoca o mau cheiro.
“É fundamental que essa escovação seja bem feita e higienize dentes e, sobretudo, a língua, que é um importante depósito de placa bacteriana, que exala o odor”, orienta Roberta.
Além da escovação, o tratamento varia em cada caso. De modo geral, é tratada a doença que provoca o odor, já que este seria um sinal de alerta.
Um problema multifatorial
Apesar de a origem do problema estar na boca na maioria dos casos, não significa que outros fatores não estejam associados. Embora seja uma parcela pequena, algumas pessoas têm mau hálito por conta de insuficiência renal, infecções pulmonares, problemas estomacais, diabetes e até mesmo uma alimentação inadequada.
“Em muitos casos, é um alimento específico que altera o pH da boca e causa o ‘bafo’, então seria feito um ajuste na dieta. Às vezes o problema é provocado por um refluxo gastroesofágico. Pessoas que fazem jejum frequentemente também podem apresentar um cheiro ruim na boca”, elenca Roberta.
Quando a causa não está na boca, o paciente é encaminhado para um clínico geral, gastroenterologista ou outro especialista, dependendo do que tenha provocado o mau hálito. Com o diagnóstico fechado, é iniciado um tratamento multidisciplinar, para que o paciente não venha a sofrer mais com o mau cheiro.