Como disse o presidente Michel Temer na véspera do feriado de 15 de novembro, o processo eleitoral passou a cabe agora aos brasileiros de boa vontade torcerem para que o presidente eleito Jair Bolsonaro acerte o passo. A maioria dos brasileiros o escolheu sabendo exatamente quem ela era. Um ex-militar de convicções democráticas pouco consistentes, defensor da prática de tortura, saudosista do golpe militar de 64 e a favor da revogação do Estatuto do Desarmamento para que o cidadão possa ter uma arma em casa para sua defesa pessoal. Sendo assim, resta-nos curvar-nos à vontade da maioria, torcer para que o governo dê certo (afinal, estamos todos no mesmo barco) e fiscalizá-lo democraticamente e sem nenhum tipo de preconceito.
Até agora, apesar de ter dito muitas bobagens sobre a nossa política externa, Bolsonaro fez coisas positivas. À exceção talvez de Paulo Guedes, está acertando o passo na escolha dos membros da equipe econômica. Além disso, convidou uma ruralista para o Ministério da Agricultura, um astronauta formado no ITA para Ciência e Tecnologia, um político para a Casa Civil e um juiz federal para o Ministério da Justiça. Seu maior gol de placa, contudo, seria Viviane Senna aceitar o convite para o Ministério da Educação não por ser irmã de Ayrton Senna e sim pelo notável trabalho que faz nessa área desde a morte trágica do irmão. (Inaldo Sampaio)