A dramática derrota por 7 x 1 sofrida pela seleção brasileira nesta terça-feira, no jogo contra a Alemanha, será uma “vergonha passageira” e não deve afetar a imagem do país, segundo o brasilianista Peter Hakim, presidente emérito do instituto de análise política Inter-American Dialogue, com sede em Washington.
“Vai passar muito rápido. Não acho que vá ter muito impacto na imagem do Brasil, em sua influência no mundo”, diz Hakim.
Para ele, o sucesso da Copa do Mundo até agora – apesar da derrota da seleção brasileira – está apagando a imagem negativa que se formou sobre o Brasil durante os preparativos.
“Antes do início da Copa, houve muitas reportagens negativas sobre os preparativos do Brasil, na imprensa nacional e brasileira. Falavam sobre os fracassos do Brasil em se preparar para a competição de forma eficiente”, disse Hakim à BBC Brasil.
O analista observa que as críticas eram de que os trabalhos estavam lentos, que o Brasil não conseguiria deixar tudo pronto a tempo e que a organização estava sendo feito de forma desleixada.
Segundo Hakim, essa imagem mudou após o início da competição, quando tudo correu bem.
“O fato é que os jogos em si correram extremamente bem, os estádios estão bonitos, multidões estão acompanhando, os protestos têm sido limitados. A Copa do Mundo está apagando a imagem do Brasil como de certa forma incompetente nos preparativos”, afirma.
O analista afirma que, caso as previsões fossem corretas, o Brasil corria o risco de ser visto como um país de terceira classe em termos de capacidade de organização de infraestrutura.
“Mas isso já passou, a maioria está falando sobre como os jogos foram bem. O Brasil não será visto como bem-sucedido com sua seleção, mas será reconhecido como um país que cumpriu o que se esperava dele”, acredita.
Eleições
Para o analista, o desempenho do Brasil no campeonato não deve ter impacto nas eleições.
Hakim afirma que os brasileiros “são espertos o suficiente” para garantir que o resultado em uma partida de futebol não afete o resultado de uma eleição.
“O futebol desperta paixões enormes (no Brasil), mas isso não significa que vá afetar a maneira como as pessoas votam.”