Durante entrevista concedida ao programa Manhã na Clube desta terça-feira (28), o deputado pernambucano Tadeu Alencar (PSB), que vem sendo cotado como possível candidato ao Governo do Estado diante das negativas do secretário e ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, tirou seu nome do páreo. “Estou focado na minha eleição de deputado federal”, disse o parlamentar.
Visto como “candidato natural” do PSB para suceder o atual governador, Paulo Câmara, uma eventual candidatura de Geraldo foi defendida por vários quadros do partido. O próprio Tadeu afirma que defendeu que o assunto fosse esgotado, de preferência com a candidatura do ex-prefeito, “mas a essa altura nós não podemos deixar de considerar o que ele tem dito reiteradamente”.
Para o deputado, o processo de esgotamento da polêmica em torno de Geraldo Júlio pode levar o partido a ter que decidir pela candidatura de outra pessoa. “Se essa realidade se materializasse, a gente precisaria definir o mais rápido possível um candidato para que a gente possa trabalhar um nome, porque não sendo Geraldo, um novo nome teria que ser trabalhado”, disse Tadeu, que defende a indicação de um nome que auxilie o partido na construção de uma ampla frente democrática capaz de levar a eleição no estado e ajude, nacionalmente falando, a derrotar o presidente da República e provável candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
Lula e o PT
Com o cenário político caminhando para uma aliança entre o PT e o PSB, Tadeu classificou o diálogo entre os dois partidos como “produtivo”, diante de uma trajetória política em que, para o parlamentar, “tivemos mais convergências apesar de divergências no caminho”.
Na busca pela construção de uma ampla frente democrática contra Bolsonaro, segundo Tadeu, membros importantes do PSB, como Paulo Câmara e o presidente nacional, do partido, Carlos Siqueira. “É preciso dialogar de maneira mais ampla. Para isso a gente não pode já começar com o candidato e querer que todo mundo apoie. É importante que a discuta, dialogue e procure agregar mais estratos da sociedade para que a gente tenha força”.
No que diz respeito diretamente a Lula, Tadeu reafirma a posição favorável do ex-presidente nas pesquisas eleitorais, que têm mostrado seu nome como o mais forte contra Bolsonaro, com possibilidade até mesmo de vitória no 1º turno, caso o cenário não sofra mudanças drásticas.
“Vamos seguir dialogando e deixar a definição, até porque ele tem dito que a definição será no próximo ano”, disse Tadeu. Ele também aponta que, mesmo assim, não se pode dar a eleição como ganha devido aos recursos de que Bolsonaro dispõe por estar no poder e não demonstrar “nenhuma cerimônia em usar o aparelho de Estado para atingir seus objetivos, sejam eleitorais ou proteger família e amigos”, citando o possível impacto do novo Auxílio Brasil, com o valor de R$ 400 aprovado pelo Congresso Nacional.
Alckmin e o PSB… ou PSD?
Questionado pelo jornalista que conduz o “Manhã na Clube”, Rhaldney Santos, sobre especulações acerca do destino de Geraldo Alckmin, cercado de incertezas em relação ao destino do ex-governador de São Paulo que deixou o PSDB após 33 anos de filiação.
Cotado no PSB como possível vice de Lula, e no PSD como eventual candidato ao governo de São Paulo outra vez, Alckmin se encontra em meio a muitas negociações e possibilidades. Tadeu, que já disse anteriormente que o PSB deveria “estender um tapete vermelho” para Alckmin, afirmou dessa vez que espera o ex-governador em sua sigla, “mas se ele tiver outra decisão em sintonia com com a construção dessa frente ampla, acho que tem um objetivo nobre e devemos celebrar”.