Uma conferência entre funcionários de alto escalão da Igreja e policiais de 20 países para combater o tráfico de seres humanos começou nesta quarta-feira (9) no Vaticano, na presença das vítimas.
Esta conferência, convocada até quinta-feira, busca a “construção de uma rede eficaz de chefes da polícia que possam colaborar estreitamente com a Igreja”, informou um comunicado na semana passada.
Autoridades do FBI, da Interpol e da Europol participarão da reunião, que é presidida pelo novo cardeal e arcebispo de Westminster, Vincent Nichols.
O tráfico de seres humanos está, segundo a Unesco, no terceiro lugar entre os crimes cometidos na Nigéria, atrás da corrupção e do tráfico de drogas.
Esta reunião responde a uma vontade do Papa argentino de combater concretamente os diferentes tráficos de seres humanos.
Os crimes cometidos por estas redes incluem tráfico de mulheres e crianças para o trabalho e a prostituição, imigrantes clandestinos, crianças soldados, fábricas, escravidão doméstica, tráfico de órgãos, entre outros.
Segundo o Vaticano, que cita estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico ilegal de seres humanos gera lucros de 32 bilhões de dólares anuais e envolve 2,4 milhões de pessoas.
Uma declaração global será adotada por todos os chefes de polícia presentes.
A Igreja, que acolhe as vítimas em suas redes de assistência, está informada diretamente sobre estes tráficos, como ocorre com a organização católica Caritas no México, que ajuda os imigrantes que tentam entrar nos Estados Unidos e são vítimas dos cartéis da droga.
A Caritas também trabalha no Oriente Médio para lutar contra a escravidão doméstica da qual os asiáticos são vítimas e no Sinai redes católicas tentam resgatar imigrantes clandestinos africanos dos criminosos que os exploram, obrigando-os a trabalhar para eles, cobrando somas de dinheiro ou abusando sexualmente das mulheres. (France Presse)