Secretário da Casa Civil do Governo de Pernambuco, Luciano Vasquez demonstrou desconforto, nesta quinta-feira (26), ao falar sobre um possível racha dentro da Secretaria da Fazenda entre aliados do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e do atual gestor, João Lyra Neto (PSB). Segundo ele, o cancelamento do concurso para julgadores do Tribunal Tributário da Fazenda (Tate) não passou pelo núcleo de gestão e foi uma decisão interna tomada pelo secretário da Fazenda, Décio Padilha, que também era dos principais nomes de confiança de Eduardo.
Vasquez achou injusto o tratamento dado a Padilha pelo presidente do Tate, Marco Mazzoni, que pediu exoneração do cargo. Ele negou, também, que algum tipo de estremecimento tivesse ocorrido após o ex-secretário de Eduardo Campos criticar a forma como a Polícia Militar agiu na desocupação do Cais José Estelita, comparando-a a violência na Guerra de Canudos.
‘Não estamos numa Guerra Santa’, afirmou Vasquez, negando racha e patrulhamento ideológico.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista:
Secretário, esse tipo de coisa não pode respingar na relação entre João Lyra e Eduardo?
Não, isso é uma coisa interna. Décio foi secretário de Eduardo. Não há racha. Não existe a gestão de João Lyra e a de Eduardo, ela é única. Décio fazia parte do núcleo de gestão [do governo Eduardo Campos] e ele tem toda liberdade para tomar as decisões que achar necessárias. Isso não tem nada a ver com política partidária e eleitoral.
Mas não é só Marco Mazzoni que vem fazendo críticas públicas. Milton Coelho disse que o governo fez tudo errado na desocupação do Cais Estelita, na semana passada, e comparou a solução de conflitos dada pela polícia àquela adotada no Arraial de Canudos.
Milton Coelho é um cidadão. Ele não tem mais cargo nenhum no governo e, nesse conjunto de forças, não estamos fazendo patrulhamento ideológico de posições tomadas, porque isso não é uma Guerra Santa. A desocupação foi feita a partir de uma decisão judicial.
Alguns socialistas estão falando que o governador João Lyra não está empenhado na campanha de Paulo Câmara?
Estamos integrados no mesmo projeto, de eleger Eduardo, Paulo Câmara e Fernando Bezerra. Esse projeto é nosso. A principal questão é que as pessoas querem fomentar divisão onde não existe. João Lyra considera que ainda não é o momento de campanha. A gente está na hora de trabalhar, de governar. Quando chegar a hora, vamos entrar na campanha e o governador vai estar junto, como todo o conjunto do governo, com muita garra e determinação que sempre fizemos.