Vale diz que barragem que rompeu não era usada há 3 anos: ‘Desta vez, é uma tragédia humana’, diz presidente…

G1

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse em entrevista coletiva que a barragem que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava inativa e sem receber rejeitos há três anos. Por conta disso, ele crê que o desastre ambiental será menos grave que o que chamou de “tragédia humana”.

O acidente foi no início da tarde desta sexta-feira (25) e, segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de sete feridos e 200 desaparecidos.

Principais pontos da entrevista:

  • o rompimento foi na barragem da Mina Córrego do Feijão; outra barragem abaixo dela transbordou devido ao aumento repentido do volume;

  • a barragem estava sem receber rejeitos há 3 anos, o que reduz o desastre ambiental;

  • a tragédia humana será maior que a de Mariana (19 mortos);

  • não sabe se a sirene tocou e, mesmo que tivesse tocado, não teria dado tempo de os funcionários escaparem;

  • 10 de janeiro foi feita última leitura monitores da barragem;

  • o relatório de auditoria feita por uma empresa alemã foi feita em setembro e considerou a barragem estável.

Ao comparar com a tragédia de Mariana, há três anos, considerada o maior desastre ambiental do país, ele disse considerar que, desta vez, o número de vítimas deve ser maior. Na época, 19 pessoas morreram. Ao tomar posse após o acidente, em 2017, ele disse: “Mariana nunca mais”.

A barragem que se rompeu foi a da Mina Córrego do Feijão. Uma outra, abaixo dela, transbordou devido ao aumento do volume. Segundo o presidente da Vale, vazaram 12 milhões de metros cúbicos.

“É também importante que a gente saiba que essa é uma barragem inativa. Não estava recebendo rejeitos de mineração”, disse.

Schvartsman declarou que havia recebido relatórios da “estabilidade” da mina, feitos por uma empresa alemã, em setembro. “Daí a nossa surpresa, nosso desalento”, disse.

O acidente

Uma barragem da mineradora Vale se rompeu em Brumadinho. Imagens aéreas mostram que um mar de lama destruiu casas da região do Córrego do Feijão.

O rompimento ocorreu no início da tarde. A Vale informou sobre o acidente à Secretaria do Estado de Meio Ambiente às 13h37. Os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.

Quatro feridos chegaram, até as 16h20, ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Outro ferido chegou à unidade no início da noite. As vítimas são 3 mulheres (15, 22 e 43 anos) e 2 homens (ambos com 55 anos). Todos apresentam quadro estável e passam por exames.

O Corpo de Bombeiros confirmou por volta das 17h que havia aproximadamente 200 pessoas desaparecidas.

A empresa diz que havia empregados no local e que há possibilidade de vítimas. Segundo os Bombeiros, um refeitório da empresa foi atingido. Ainda não há informação sobre a causa do rompimento.