Em tempos de dificuldade econômica, os municípios procuram formas de economizar. Na criatividade, a saída encontrada por algumas prefeituras tem sido as usinas de asfalto. Demanda comum, a pavimentação de ruas e praças, especialmente no interior, costuma ser feita por meio de implantação de paralelepípedos, que custa em torno de R$ 60 por metro quadrado. Com as usinas próprias, as prefeituras conseguem fazer com que o metro quadrado para calçamento das vias custe metade ou um terço do preço.
As vantagens de manter uma usina municipal de asfalto vão além da economia registrada na hora de fazer o investimento. Chama a atenção também como ponto positivo a maior comodidade para os moradores. Quando a obra é feita com paralelepípedo, a rua passa aproximadamente 30 dias interditada. Já com o asfalto, a população aguarda o equivalente a uma semana. Em caso de uso do asfalto quente – material mais caro e mais resistente -, a espera é de apenas um dia.
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Em Pernambuco, pelo menos cinco municípios já aderiram à iniciativa de produzir seu próprio asfalto – também utilizado na criação de lombadas e manutenção de buracos e canteiros: Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Belo Jardim e São Bento do Una.
Afogados da Ingazeira adquiriu os equipamentos necessários à implantação da unidade em 2013. Na época, o empreendimento consumiu um investimento inicial de R$ 120 mil. Desde então, outros R$ 400 mil foram gastos para a pavimentação de 23 ruas, o equivalente a 18 mil metros quadrados. A prefeitura estima que a economia tenha sido de pouco menos de R$ 800 mil em relação ao valor que teria custado o calçamento das vias por paralelepípedo.
Para poder operar o maquinário, servidores municipais lotados na Secretaria de Infraestrutura da cidade receberam treinamento adequado. “É barato, rápido e fica bem feito”, afirmou o prefeito José Patriota. Segundo ele, com um custo de manutenção mensal de aproximadamente R$ 6 mil, a usina vem atraindo a atenção de prefeitos da região, que têm agendado visitas ao local do empreendimento.
E foi justamente através de uma dessas visitas que o prefeito de Belo Jardim, João Mendonça, resolveu fazer o investimento de R$ 320 mil na implantação da unidade local. Comprados no início de 2015, os equipamentos da fábrica foram usados para asfaltar dez ruas, equivalente a 20 mil metros quadrados. Se fossem construídas hoje pela usina, essas ruas custariam R$ 408 mil aos cofres municipais. Isso representa R$ 870,8 mil a menos que o valor que seria desembolsado caso a prefeitura pagasse para a construção das vias com paralelepípedos.
A prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, também conheceu a usina de asfalto de Afogados da Ingazeira e decidiu fazer o investimento. Com a aquisição do maquinário e a instalação – que está prevista para segunda-feira -, a prefeitura desembolsou R$ 350 mil. A expectativa é de que a usina já comece a funcionar nos próximos dois meses.
Saiba mais:
Custo por metro quadrado
Paralelepípedo – R$ 63,94
Asfalto – R$ 20,40
Asfalto quente – R$ 30,00
Tempo médio para que o tráfego seja liberado após a pavimentação: