O candidato ao governo do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) sofreu nesta quinta-feira mais um revés na Justiça: após ter o recurso negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, nesta noite, os embargos apresentados pela defesa logo após a corte ter cassado o registro de candidatura. Com as sucessivas derrotas judiciais e já considerado ficha suja, as chances de o ex-governador voltar ao Palácio do Buriti tornam-se cada vez menores.
Em uma última cartada, Arruda se antecipou ao resultado e acionou o Supremo Tribunal Federal nesta tarde.
Na tentativa de reverter a cassação de Arruda – já aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral e pelo TSE – a defesa do candidato havia apresentado dois embargos de declaração, tipo de recurso cabível quando há algum tipo de contradição ou omissão na sentença do julgamento. No entanto, seis dos sete ministros da corte rejeitaram a ação.
Líder em todas as pesquisas de intenção de voto, Arruda foi condenado por improbidade administrativa pelo envolvimento no mensalão do DEM e teve seus direitos políticos cassados por oito anos. No entanto, como ele havia solicitado o registro de candidatura antes da condenação penal, a defesa argumentava que ele estaria imune aos efeitos da lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano.
Em meio ao desejo de voltar ao Buriti e às constantes derrotas judiciais, Arruda tem até a próxima segunda-feira para decidir se continua ou não em campanha para as eleições. De acordo com a minirreforma eleitoral, a chapa pode ser alterada por motivo de renúncia ou inelegibilidade até vinte dias antes das eleições. Caso Arruda decida se manter candidato e tenha o recurso negado no STF, toda a chapa será anulada – o que significa que o vice, Jofran Frejat, e o candidato ao Senado pelo PTB, Gim Argello, também serão excluídos das eleições deste ano. Nos bastidores, a equipe de Arruda estuda um nome para substituí-lo.