A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), em pleno sábado de Carnaval, descarregou de uma só vez no Diário Oficial do Estado 98 registros de contratações de artistas para a folia 2014, um total de R$ 7,6 milhões em recursos públicos.
São dispensas de licitação para shows de artistas renomados e também de menor expressão, todas datadas da véspera, 28 de fevereiro. Após a polêmica com a banda Karametade, quem chamou atenção foi o cantor fluminense Toni Garrido.
Só no sábado a Empetur divulgou R$ 630 mil em contratos com shows solo do cantor, sem contar outros R$ 130 mil com sua banda, Cidade Negra – os recursos são do caixa da Empetur e de emendas dos deputados estaduais André Campos (PT) e Beatriz Vidal (PTC).
Cada apresentação de Toni Garrido, em seu trabalho solo de reggae, custou R$ 90 mil. É mais do que a média de R$ 75 mil recebida pela banda de pagode Karametade, alvo de polêmica depois de ser contratada para tocar 11 vezes em só quatro dias do Carnaval de Pernambuco.
Garrido, representado pela Branco Promoções de Eventos, teve suas apresentações pagas pela Empetur em Catende, no último sábado, no domingo em Vitória de Santo Antão e também em Triunfo, na segunda em Itamaracá e na terça-feira em Jaboatão dos Guararapes.
Com emenda da deputada Beatriz Vidal, o show de Garrido foi na sexta-feira antes do Carnaval, no Balança Rolha, Recife. Já com os recursos viabilizados por André Campos, a apresentação solo do cantor foi na Quarta-Feira de Cinzas, no Bacalhau de Paratibe, em Paulista, e o show de Cidade Negra ocorreu na segunda passada, em Timbaúba.
“Não tenho parâmetros sobre custos. Mas é um artista nacional, de renome”, comenta André Campos. Ele afirma que os valores são pré-definidos e os parlamentares apenas direcionam as emendas, que podem chegar a R$ 1,3 milhão por ano. Beatriz Vidal não foi localizada para comentar o assunto.
A Empetur respondeu por escrito, através de sua assessoria de imprensa.
“O Carnaval de Pernambuco é uma parceria do governo do Estado com as prefeituras das cidades polo e sua programação é elaborada a partir de artistas inscritos na convocatória e convidados. Um diálogo que objetiva contemplar os diversos ritmos, estilos e modos de celebrar o Carnaval, respeitando o gosto popular e, ao mesmo tempo, fomentando a cultura tradicional de cada território”, começa o texto.
“Em relação ao cachê, o valor das apresentações é o mesmo praticado pelo mercado. Para o pagamento das apresentações, a Empetur exige a comprovação dos cachês através de três notas fiscais que comprovem o valor solicitado”, diz a Empetur. (Jornal do Commercio)