Foi colocado em votação na noite de ontem, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei de 2004 (PL 4330), que regula os contratos de terceirização de serviços por empresas públicas e privadas. A proposta, que está há 10 anos na fila para ser votada, não muda muito a realidade das empresas. Na prática, a legislação só daria solidez e uma base jurídica para algo que já existe, que é a terceirização de trabalho.
O ponto central é que hoje apenas é permitido que empresas contratem terceiros para fazer serviços fora do escopo de sua atividade principal. Isso significa que, em uma empresa de Tecnologia da Informação ou montadora de veículos, pode-se terceirizar a faxina, transporte, segurança e refeitório. O que o PL 4330 propõe é liberar a contratação de terceiros também para atividades que sejam centrais na empresa. Levando em conta os mesmos exemplos, companhias poderão terceirizar a própria montagem de carros em uma montadora ou os profissionais de TI na empresa de tecnologia.
A proposta é de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) e conta com Arthur Maia (Solidariedade-BA) como relator. Depois de conversar com o ministro da Fazenda nesta manhã de terça-feira, o presidente da Câmara Eduardo Cunha, garantiu que a matéria seria apreciada ainda nesta terça. Joaquim Levy mostrou, no encontro, preocupação com alguns pontos da proposta e quer garantir que o texto não fique com nenhuma brecha que permita a sonegação de impostos, lembrando que o governo passa por um período de vacas magras e não pode perder fontes de arrecadação.
Continua…