Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
A ala militar do governo Bolsonaro, cautelosa em relação à Venezuela, agora teme que uma escalada da violência amplie as pressões por uma ação estrangeira em solo vizinho. Generais que descartavam taxativamente qualquer intervenção externa sobre a ditadura de Nicolás Maduro consideram que a eventual degeneração da crise em conflitos armados daria força a americanos e integrantes do núcleo ideológico do bolsonarismo, que defendem o envio de uma missão ao país.
Os auxiliares fardados de Bolsonaro ainda acreditam que o Brasil não deve se envolver diretamente, mas dizem que o país seria ouvido caso os EUA busquem aval da ONU para intervir. Ainda assim, militares preveem que Rússia ou China tendem a vetar iniciativas dessa natureza.
De saída, as atitudes mais incisivas do governo do Brasil serão as declarações nítidas de apoio ao oposicionista Juan Guaidó e o asilo a militares desertores. A expectativa é de aumento do número de combatentes venezuelanos que procuram refúgio em território brasileiro.