Amigo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, de quem foi assessor especial no início do mandato, Carlos Alberto Libânio Christo, o frei Betto, já admite temer pela renúncia da mandatária, hoje com o recorde de 71% de reprovação no Datafolha.
“A minha pergunta íntima hoje não é o impeachment […] É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente”, afirma ele. “Ou ela dá uma mudança de rota […] ou ela pega a caneta e fala ‘vou pra casa, não dou conta’. Eu tenho esse temor”, completa.
Embora avalie o período petista como “o melhor da história republicana”, o frei dominicano faz severas críticas ao partido –”trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder”– e uma distinção especial ao atual mandato de Dilma: “Eu não sei o que de positivo a Dilma fez de janeiro para cá”.
Frei Betto diz que está esperando até hoje o PT se manifestar sobre a existência ou inexistência do mensalão.
Com reparos, elogia a Operação Lava Jato, “extremamente positiva”, e diz que se sentiu “indignado” com a notícia de que o ex-ministro José Dirceu faturou R$ 39 milhões ao mesmo tempo em que promovia uma vaquinha para pagar a multa da condenação do mensalão. (Magno Martins)