Telexfree nega responsabilidade sobre cadastramentos a partir do Brasil…

A Telexfreenão tem como impedir que pessoas entrem para o negócio a partir do Brasil, onde as atividades estão suspensas por decisão judicial. A empresa também nega responsabilidade sobre eventuais pagamentos feitos pela empresa aos divulgadores no País.

“Eu não tenho como saber se o seu cadastramento é feito por você aqui ou por você que mora nos Estados Unidos”, afirma Andé Andrade, que representa a Telexfree Internacional, empresa com sede em Boston, no estado americano de Massachusetts.

Acusada de ser uma pirâmide financeira, a Telexfree teve o seu braço brasileiro – a capixaba Ympactus Comercial – bloqueado por uma decisão judicial em 18 de junho de 2013. A medida impede novos cadastros e congela todas as contas da empresa e dos sócios administradores, Carlos Wanzeler e Carlos Costa.

Por determinação da juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC), o site em português www.telexfree.com,  por onde são feito os registros, informa que o ingresso de novas pessoas na “rede Telexfree” estão proibidos. Mas basta mudar para as versões em inglês ou em espanhol para concluir o cadastramento, como o iG mostrou.

“[A Telexfree] não aceita cadastramento de divulgadores no Brasil. Nós somos bem claros em relação a isso”, diz Andrade. “Agora, se você você for no site (…), colocar dados americanos, colocar um cartão que vale nos Estados Unidos, eu não tenho como dizer quem você não é. Não tenho como investigar quem você não é”, afirma.

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Pagamentos no Brasil

O sistema de pagamentos usado pela empresa, chamado eWallet, também permite a indicação do País como local de residência. Os cartões de débito usados para os saques, segundo divulgadores, podem ser enviados normalmente para o Brasil e usados para saques em ao menos sete bancos brasileiros.

Segundo Andrade, a Telexfree Internacional não tem com controlar essas transferências.

“Os pagamentos são feitos em cartões de crédito internacionais. Eu não tenho como, não sei qual o destino desse pagamento”, afirma o advogado. “Eu, Telexfree, não tenho controle sobre a emissão do cartão de débito [da eWallet]. Quem tem controle sobre a remessa dele para algum lugar é a empresa operadora do cartão.”

Andrade não reconhece que a Telexfree ainda continue a fazer cadastros ou pagamentos no Brasil. Afirma, também, não saber se esses novos investidores do País podem acabar tendo os investimentos bloqueados, como aconteceu com quem entrou antes da decisão de junho, mas argumenta que a empresa continuará “pagando em dia todo mundo que trabalhar para a gente.”

Ympactus não é Telexfree

Os representantes do negócio têm tentado dissociar a Ympactus – alvo da ação na Justiça acreana – do que é chamado como Telexfree Internacional e que, recentemente, anunciou patrocínio ao Botafogo. A sede da empresa, segundo Andrade, fica em Boston.

Nessa cidade, entretanto, fica a Telexfree, INC., que é detida pelos mesmos donos da Ympactus: Carlos Wanzeler e James Merrill. Wanzeler teve os bens bloqueados e, junto com Merrill e Carlos Costa, é alvo da ação civil pública que pede o fim do negócio e uso dos recursos dos sócios para quitar as dívdias com divulgadores.

Segundo Andrade, houve um rompimento do contrato entre a Telexfree americana e a Ympactus. Recentemente, o endereço do braço brasileiro, que constava do site até, pelo menos, 5 de dezembro de 2013, foi excluído.

“A Ympactus não representa mais a Telexfree no Brasil”, diz. (Vitor Sorano – iG São Paulo )