Há 37 anos nascia na Inglaterra Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. Louise foi a primeira de mais de 6 milhões de crianças que nasceram com a ajuda da fertilização in vitro. A técnica consiste em retirar o óvulo da mulher, coletar o sêmen do homem e criar um embrião em laboratório para ser implantado no útero.
Em entrevista à Agência Brasil, o médico especialista em reprodução humana e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, João Sabino, explicou que a técnica surgiu para ajudar casais com dificuldade para engravidar, mas hoje vai além. Pode ser usada, por exemplo, por casais que têm algum problema genético e querem ter um filho saudável. “Eles podem usar a fertilização para fazer uma investigação genética nos embriões antes da transferência para o útero.”
O procedimento também pode ajudar mulheres que querem ter filhos mais tarde. “Por exemplo em uma mulher que tem câncer e vai fazer quimioterapia. Ela pode congelar os óvulos e fazer uma fertilização mais tarde.”
João Sabino conta que desde o primeiro procedimento, em 1978, a técnica avançou muito. Ele atua na área há 24 anos e constata que o controle de qualidade e os laboratórios evoluíram, assim como as técnicas de indução da ovulação. “Na época em que a técnica surgiu, só 5% a 10% das pacientes engravidavam. Hoje a taxa de sucesso é até 50%”.
O médico aponta as três principais causas da infertilidade, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção. “Em 1/3 dos casos o problema é masculino, é importante investigar o homem para checar a quantidade e a qualidade dos espermatozóides. Nas mulheres, os principais problemas são alterações nas trompas e endometriose, que altera a anatomia da pélvis”, afirma.
Segundo a OMS, a infertilidade atinge de 8% a 15% dos casais em idade fértil. (Agência Brasil)