O efeito mais perverso da crise econômica deve rondar o Brasil pelos próximos anos. A piora do mercado de trabalho vai se acentuar e empurrar a taxa de desemprego para mais de 10% no ano que vem.
Diferentes indicadores já apontam uma forte deterioração do mercado de trabalho. De abrangência nacional, o desemprego medido pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ) Contínua caminha para superar os 10% no primeiro trimestre do ano que vem.
— Na nossa avaliação, a Pnad Contínua fecha este ano próximo de 9% e chega aos dois dígitos no primeiro trimestre de 2016, quando haverá o fim das contratações de trabalhadores temporários e uma continuidade das demissões — afirma Tiago Cabral Barreira, pesquisador em economia do trabalho do Ibre/FGV.
No trimestre encerrado em agosto, o desemprego apurado pela pesquisa foi de 8,7%, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012. O contingente de desocupados chegou a 8,8 milhões de pessoas, um aumento de 2 milhões – o equivalente à população de Manaus – na comparação com o mesmo período do ano passado.
— O mercado de trabalho vai piorar bastante ainda. O desemprego na Pnad Contínua deve chegar a 12% até o fim do primeiro semestre do ano que vem — diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.(R7)