Com as novas possibilidades abertas pela legislação eleitoral, os caciques dos principais partidos do país iniciaram debates sobre a formação de federações partidárias. O instrumento permite que partidos se unam e atuem como se fossem uma só legenda por, pelo menos, quatro anos. Nos corredores da Câmara, conversas ainda embrionárias sinalizam a hipótese da união de três legendas de peso: MDB, Avante e Solidariedade. Em Brasília, os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do Solidariedade, Paulinho da Força, e do Avante, Luis Tibé, teriam feito uma discussão, ontem, sobre a união das legendas. O debate ainda está em estágio inicial, mas as articulações entre as legendas já vinha sendo cogitada há algum tempo. Caso a medida deixe o papel, os partidos vão sair unidos tanto nas eleições nacionais quanto nos estados, tornando o grupo um aliado desejado na corrida às urnas do próximo ano. A princípio, em Pernambuco, os três partidos integram a base do governador Paulo Câmara (PSB). Contudo, a sigla emedebista, por exemplo, ainda segue na mira do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que permanece nas hostes da sigla. Pela legislação promulgada nesta semana, o debate sobre a formação de federações pode se estender até as convenções partidárias. Até lá, muitas articulações nacionais devem ser deflagradas e tudo pode, inclusive, mudar.
Outro partido que deve abrir um debate sobre a federação partidária deverá ser o Cidadania. O presidente nacional da legenda, Roberto Freire, afirma que a sigla deve abrir o debate e procurar as legendas com as quais guarda convergência. Contudo, ele admite que o processo não é fácil. “Temos tempo. Até a convenção, esse cenário fica mais nítido”, avaliou.
Presidente estadual do Cidadania, o deputado federal Daniel Coelho avalia que os partidos que guardam maior proximidade ideológica com a sua agremiação são PSDB e PV. O legislador foi filiado às duas legendas e está alinhando com o projeto majoritário da prefeita de Caruaru e presidente estadual do PSDB, Raquel Lyra.