Depois de Salvador, Goiânia e Belo Horizonte, a cidade do Recife foi a escolhida para a gravação do ‘Show da Virada’, atração que faz parte da programação especial de fim de ano da Globo e que será exibida no dia 31 de dezembro, depois da novela “O Sétimo Guardião”.
Sob direção artística de Raoni Carneiro, que também comanda “Só Toca Top” e “Criança Esperança”, a atração reuniu Ivete Sangalo, Simone e Simaria, Luan Santana, Wesley Safadão, Thiaguinho e Raça Negra dando continuidade ao novo formato do programa. Há três edições, a Globo resolveu reduzir o número de convidados musicais e fazer show itinerante pelas principais capitais brasileiras.
“A nova marca do Show da Virada é a exclusividade que damos para o público dos artistas. Em vez de ter 62 artistas cantando dois minutos, tenho seis cantando meia hora. Isso é o que todo mundo gostaria de estar vendo dentro de casa”, diz Carneiro.
Para o diretor artístico, a mudança no formato possibilitou ao público presente na gravação acompanhar um show mais dinâmico de seu artista favorito. “Tinha um desejo de tornar o Show da Virada itinerante pelo Brasil. A atração não deveria ser exclusiva de algum lugar, como Rio de Janeiro ou São Paulo, mas do Brasil inteiro.” Raoni Carneiro explica que foram três movimentos nesses 20 anos de programa.
O primeiro foi com Aloysio Legey que mesclava jornalismo com entretenimento, com shows ao vivo. Com supervisão e direção de Roberto Talma, o show passou a trazer mais artistas musicais. Quando Carneiro assumiu a direção, em 2015, o programa virou itinerante.
Luan Santana, que participa desde 2009 do especial de fim de ano, concorda que a reformulação possibilita uma conexão mais íntima do artista com o público, além de fazer com que show tenha uma história para contar. “O artista produz um show para estrada pensando em todos os detalhes. Se há redução no tempo do show, ele fica sem ligação, como se deixasse de contar uma história. Quando há menos artistas e há mais tempo para cada um, a dinâmica é melhor”, diz o cantor sertanejo.
A escolha pela capital pernambucana era um desejo antigo de Carneiro por ser uma cidade de extrema importância cultural. “Além de fazer parte do circuito oficial de grandes eventos do país, Recife tem uma relevância cultural enorme dentro do cenário musical da atualidade.”
Como tem acontecido nas últimas edições, o tema da festa deste ano é “Caminhos”. O palco foi montado de tal forma que as retas representassem os múltiplos caminhos que cada pessoa pode escolher. “Queremos que as pessoas reflitam nessa virada do ano sobre questões, como: Qual o nosso caminho? O que nos fez chegar aqui? Para qual lugar nos vamos?”
Para Thiaguinho, o Show da Virada é recordar um momento de sua infância, quando reunia a família para ver a atração. “É bom poder levar o show pelas capitais. Eu me lembro, quando criança, de ir para casa da minha avó, ligar a televisão e ver o show. Era a trilha sonora da nossa virada.”
Retorno
Gravado em novembro, a atração também marcou o retorno aos palcos da cantora Simaria, da dupla com Simone. As duas haviam parado as apresentações para que Simaria desse continuidade ao tratamento de uma tuberculose ganglionar. “Tivemos um ano muito bom, mas de muito aprendizado com tudo o que vivemos com a saúde de Simaria. Aprendemos que o mais importante da vida é trabalhar com qualidade. Se a gente não tem saúde, a gente não tem nada. Quando acontece algo desse porte na vida, é porque Deus tem algo maior a vir pela frente. E a resposta disso é estar aqui no Show da Virada”, disse Simone.
Durante a gravação do programa, uma forte chuva deixou algumas poças d’água no palco antes da apresentação de Ivete Sangalo. A cantora não se fez de rogada, pegou o rodo e ajudou a equipe da limpeza. Os fãs, então, começaram a entoar: “É a melhor cantora do Brasil”. “Acho que o único Show da Virada que não fiz foi o do ano passado porque estava grávida. Já fiz em diversos lugares e adoro essa ideia de ser em cidades diferentes. Tenho uma relação enlouquecedora com Recife.” (Diário de Pernambuco)