Um dia após Joaquim Barbosa comunicar ao Brasil que não será candidato a Presidente da República pelo PSB, o senador Humberto Costa escancarou sua posição política em defesa da aliança do seu partido com o PSB não apenas em Pernambuco mas no país inteiro. Seu argumento é que as “forças progressistas” têm que se unir para “barrar a agenda de retrocessos do governo Temer”. Afirma também que em Pernambuco o PDT e o PCdoB já estão no governo Paulo Câmara. E que se no plano nacional o PT, o PSB, o PDT, o PCdoB e o PSOL já estão articulando uma “frente política” para “defender a democracia e um projeto de país que foi interrompido” (pela deposição de Dilma), nada mais natural do que reproduzi-la em todos os estados. É certo que, em algum momento, esses cinco partidos terão que conversar sob pena de correrem o risco de ficar fora do segundo turno. Mas é falso afirmar que essa união é necessária para “barrar” a agenda do governo Temer. Primeiro, porque ninguém defende o atual governo, salvo o próprio Michel Temer, que não é candidato à reeleição. Segundo, porque os dois candidatos que chegarem do segundo turno não seriam insensatos a ponto de fazer a defesa de um governo que é reprovado por 90% dos brasileiros. Logo, unidade para “enfrentar Temer” pode ser justificativa para outra coisa, menos para a volta do PT à Frente Popular porque quando o PSB ajudou a depor Dilma sabia, antecipadamente, que Temer iria substituí-la.(InaldoSampaio)