A morte do conselheiro João Henrique Carneiro Campos, de apenas 49 anos, abalou a sociedade pernambucana. Discreto e reservado, João nasceu numa família de intelectuais: seus pais Renato e Pompeia, o avô Doutor Albino, grande psiquiatra-antropólogo, irmão do lendário jornalista Aníbal Fernandes, o tio escritor Maximiano, as irmãs Malu e Vanja e o cunhado-irmão Roberto Viana.
Mas foi da avó materna não intelectual, Dona Luizinha, a quem mais puxou: o temperamento a um só tempo doce e forte, com devoção fundamentalista à família. Joãozinho, como era chamado, foi marido apaixonado pela esposa, a procuradora Rosana, e pai de extrema dedicação aos filhos Luiza, João Pedro e José Henrique.
Na política, participou exclusivamente por conta do seu primo-irmão, o compadre Eduardo Campos. Deixa um legado que vai continuar vivo nos corações em que plantou as sementes sagradas do afeto.
O economista Roberto Viana era uma das pessoas mais ligadas a João Campos. Tinha com ele uma relação quase de pai-irmão. Se conheceram quando João tinha oito anos de idade. Nutriram uma conexão humana extraordinária, intelectual, estética, familiar, do mais profundo afeto. Viana recebeu a notícia no Oriente Médio e ficou como coração despedaçado.
João Campos estava curtindo o feriadão junino em Gravatá quando começou a se sentir mal no sábado à noite. Ele deu entrada na emergência do hospital Doutor Paulo da Veiga Pessoa com quadro de parada cardiorrespiratória por volta da meia noite. Morreu meia hora depois vítima de infarto. O hospital divulgou uma nota oficial esclarecendo o ocorrido. (Magno Martins)