O Banco Central do Brasil gastou 54 páginas no Relatório Trimestral de inflação do 2º trimestre, divulgado nesta quinta-feira, 27, para explicar porque a economia está andando de lado.
Ricamente ilustrado, com gráficos e boxes, que até incluem estudo especial sobre a demora da reinclusão dos demitidos no mercado de trabalho, após a recessão de meados de 2014 a meados de 2017, o RTI não faz o mea culpa de seus erros em não forçar – desde o gpverno Temer, na gestão Ilan Goldfjan – a queda mais pronunciada dos juros bancários.
Vale conferir no endereço https://www.bcb.gov.br/content/publicacoes/ri/201906/ri201906p.pdf a falta de autocrítica do BCB (e do Comitê de Política Monetária – Copom) para os erros cometidos.
O governo Temer, oriundo do PBMB (que depois da posse do vice de Dilma Roussef, que era presidente de honra do partido, tirou o P e virou MDB), lançou o documento “Ponte para o futuro” e a equipe econômica – comandada por Henrique Meirelles e, depois de maio de 2018, por Eduardo Guardia – deixou uma série de importantes diagnósticos sobre a economia.
Boa parte dos estudos, sobre estatais, impacto dos servidores e militares no déficit previdenciário, infraestrutura, e privatizações foi aproveitada por Paulo Guedes&Cia.
Faltou ao governo Bolsonaro criar estímulos à Economia para 2019, como na retomada dos projetos de infraestrutura, que emagreceram a construção civil. A economia que vinha perdendo ritmo desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, ficou atrelada à reforma da Previdência como tábua de salvação. E esta só vai produzir resultados a partir de 2021.