Lançado pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes disse que deverá enfrentar o tucano Geraldo Alckmin no segundo turno.
“Vejo neste momento essas cinco candidaturas. O Bolsonaro tamponando o Alckmin. O Lula tamponando a minha evolução e, na medida em que um outro não esteja no processo, eu e o Alckmin dividiremos a disputa no segundo turno”, afirmou ontem Ciro.
Segundo Ciro, Marina Silva, da Rede, estaria numa posição “isolada”, mas faria parte dessas cinco candidaturas destacadas por ele.
De fato, um segundo turno entre Ciro e Alckmin é um dos cenários mais prováveis neste momento em que ainda está tão aberta a disputa eleitoral. Há outros cenários possíveis, mas esse é, sim, um dos mais prováveis. A análise de Ciro faz sentido.
No campo da direita, há um candidato extremista, Jair Bolsonaro, bloqueando o crescimento de um postulante mais ao centro, Geraldo Alckmin. Bolsonaro se mantém até agora no patamar de 20%, um pouco menos, a depender da pesquisa. Alckmin teve entre 6% e 8% no Datafolha.
No passado, eleitores que hoje preferem Bolsonaro votaram em nomes do PSDB. Logo, se Alckmin dinamitar Bolsonaro, tem chance de ser o nome mais forte de um amplo campo de direita. Alguns candidatos de centro-direita, como Rodrigo Maia, estão se apresentando, mas em situação mais difícil do que Alckmin.
Na esquerda, o grande fator que definirá o quadro de nomes viáveis será o ex-presidente Lula. O petista tem lutado na Justiça pela sua candidatura presidencial. A cada dia, fica mais difícil viabilizá-la, mas ele tem o direito de esgotar os recursos judiciais e políticos para tentar alcançar o seu objetivo. Faz sentido para o PT bancar Lula, porque ele é líder nas pesquisas e puxa votos para candidatos petistas a outros cargos em outubro.
Mas, se Lula ficar fora da eleição, há possibilidade de Ciro herdar parte significativa dos votos do petista. Nesse sentido, Lula tem bloqueado Ciro, como disse ontem o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda.