Representando a Frente Popular que já elegeu Pelópidas da Silveira, Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, o governador Paulo Câmara lotou o Clube Internacional para a sua convenção que também homologou Luciana Santos candidata a vice-governadora e Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa candidatos a senador.
O ato contou com homenagens ao ex-governador Eduardo Campos e teve várias críticas a Michel Temer e seus aliados que compõem a frente Pernambuco vai mudar representada por Armando Monteiro, Mendonça Filho e Bruno Araújo, que disputam o Senado. Primeiro a discursar, o candidato a deputado federal João Campos disse que a escolha de Paulo Câmara foi um desejo pessoal do seu pai pela capacidade técnica e administrativa do atual governador para dar continuidade ao seu legado.
Ausente do ato, Geraldo Julio deixou uma carta alegando compromissos em Brasília na convenção nacional do partido, mas enalteceu Paulo Câmara dizendo que o atual governador venceu a crise e que é a melhor alternativa para comandar Pernambuco. Primeiro a falar, o candidato a senador Jarbas Vasconcelos foi econômico nas palavras dizendo apenas que era fundamental para Pernambuco reeleger Paulo Câmara. Humberto Costa teve que se explicar dizendo que a aliança com o PSB representava um projeto nacional para derrotar o que ele considera que é atraso e responsável, segundo ele, pelo pior governo da história do Brasil. Humberto foi muito aplaudido pela militância do PSB, certamente num reconhecimento da sua atuação para retirar Marília Arraes do jogo.
Candidata a vice-governadora, Luciana Santos relembrou a história da Frente Popular e enalteceu o trabalho de Paulo Câmara nestes quase quatro anos de governo. Luciana foi muito aplaudida pela militância do PCdoB que fez uma festa a parte quando ela foi anunciada e discursou. Por fim Paulo Câmara deu o tom da sua campanha, dizendo que não ia permitir que o time de Temer governasse Pernambuco e que iria sair vitorioso da eleição em outubro.
Na convenção ficou latente a estratégia do PSB de adotar o tom de esquerda da campanha de Paulo Câmara e polarizar a disputa entre o palanque de Lula e o de Michel Temer. O governador tentará a reeleição nacionalizando o discurso, colocando-se como candidato de Lula e empurrando para Armando a pecha de candidato de Temer, resta saber se a medida surtirá efeito, mas uma coisa ficou evidente, o local escolhido para a convenção de Paulo Câmara deu a impressão de que tinha mais calor humano e mais cheiro de povo do que a de Armando Monteiro, que foi feito num local com o dobro da capacidade. Apesar da tentativa de ambos apresentarem que tinham mais pessoas, pareceu que o tamanho do público de cada convenção se mostrou equivalente. (Edmar Lyra)