Os delegados da Polícia Civil de Pernambuco decidiram em Assembleia Geral Extraordinária decretar oficialmente a Operação Legal ontem (21), após sinalização negativa do Governo do Estado acerca da reestruturação da categoria.
Em reunião entre uma comissão da Associação dos Delegados do Estado de Pernambuco (Adeppe) e o chefe da Casa Civil, Luciano Vásquez, nessa terça (20), o secretário afirmou que não poderia conceder a atualização remuneratória em face das vedações impostas pela lei de responsabilidade fiscal e pela lei geral das eleições.
“O mesmo rigor legal na condução do Estado, no entanto, não é adotado no tratamento com os delegados. A falta de pagamento de horas extras e adicional noturno, direitos garantidos pela Constituição Federal, é um exemplo. Delegados são submetidos a jornadas extras de trabalho, recebendo valores que correspondem a um quinto do valor previsto na legislação”, ponderou Gileno Siqueira, presidente da Adeppe
“Diante da negativa do Governo do Estado e considerando a insatisfação da classe, a categoria optou por iniciar a Operação Legal, que consiste no incremento do rigor na aplicação da lei, o que causará maior segurança à população”, complementa Gileno Siqueira.
Gileno acrescenta, ainda, que “materiais de expediente que em alguns locais são comprados pelos delegados com recursos próprios, não mais o serão, o que dificultará a atuação da Polícia Judiciária”.
“A categoria está com elevado grau de insatisfação e espera o reconhecimento do trabalho desempenhado nos últimos 7 anos, que elevou o Estado ao topo dos que mais reduziram os índices de homicídio no País”, acentua Francisco Rodrigues, membro da diretoria da Adeppe. O diretor ressaltou, também, que a remuneração dos delegados em Pernambuco está entre as cinco piores do País.
A comissão formada por policiais civis foi recebida na tarde de ontem (21) pelo chefe de gabinete da Secretaria da Casa Civil, Pedro Pontual.
De acordo com o governo, os pontos apresentados em reunião serão examinados pelo Governo. (Jamildo)