Diário de Pernambuco
Que o PT e o PSB estão de flerte e podem reatar alianças que foram quebradas em 2020, isso não é novidade. A dúvida que paira sobre essa possibilidade é a manutenção de alguns partidos na base aliada, a exemplo do PDT. O presidenciável Ciro Gomes (PDT) vem, nas últimas semanas, intensificando os ataques ao ex-presidente Lula (PT) e, o mais recente, ao Partido dos Trabalhadores (PT). Em Pernambuco, a reconstrução dos laços pode implicar na saída do PDT da base da Frente Popular.
Para o presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, os ataques de Ciro contra Lula são desconcentrados, fora do eixo. De acordo com o pedetista, Ciro deveria focar em ataques contra Bolsonaro. “A disputa é pela cadeira de presidente… como Lula é o favorito, ele vira o alvo principal, mas, eu acho que o ataque deveria ser direcionado apenas a Bolsonaro”, vaticinou o líder da sigla em Pernambuco.
Questionado sobre a possível volta da aliança entre o PT e o PSB, Wolney é enfático e diz que se for reatada, o PDT, que até o momento compõe a Frente Popular, pode sair e buscar outras alternativas. Conversas com integrantes da oposição já estão no radar. “Se o PSB quiser marchar com o PT, nós estaremos em outro palanque”, cravou Wolney.
Wolney esteve, recentemente, reunido com o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), que, para ele, pode ser uma possível via caso o casamento dos trabalhadores e socialistas seja reatado. “Tivemos uma primeira reunião com Miguel Coelho, que é um alargamento de conversas, esse alargamento ele continua, vamos encontrar com outras lideranças da oposição ao PSB, porque precisamos ter possibilidades”, adiantou ao Diario.
Nesta semana, o presidente estadual do PDT deve se encontrar com o ex-senador Armando Monteiro (PSDB). Além de reunir-se com Armando, a sigla deve ir ao encontro de outros atores, a exemplo de Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo, que preside o PSDB nacionalmente. Existe uma possibilidade, segundo apontam fontes próximas, de uma aliança entre o DEM e o PDT em Pernambuco. “O PDT fez uma aliança bem sucedida em Salvador e isso pode muito bem se repetir no Pernambuco”, afirmou fonte em reserva.
A possibilidade de lançar candidatura em chapa própria, ou seja, composta exclusivamente de pedetistas, será, segundo Wolney, pouco provável. “Esse pode ser o nosso último recurso, mas acredito que não será necessário. Estamos construindo pontes e dialogando”, assegurou.