Por: Correio Braziliense
Desde os tempos que fazia campanha para vereador, montado em uma motocicleta para ganhar tempo e economizar, ainda no distante ano de 1988, o novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), tinha a ideia fixa de chegar ao Palácio do Planalto. Por mais que os aliados mais próximos duvidassem, e até mesmo menosprezassem o plano, ele nunca desistiu e guardou para si a escolha do melhor momento para se lançar de uma vez no maior de todos os desafios. A decisão foi tomada logo depois de conquistar o sétimo mandato de deputado federal pelo Rio de Janeiro, há quatro anos.
Nascido em Campinas (SP), há 63 anos, Jair Messias Bolsonaro é filho de pais de ascendência italiana. Casou-se três vezes. A primeira esposa foi Rogéria Nantes Nunes Braga, com quem teve Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Com Ana Cristina Valle, a segunda esposa, Bolsonaro ficou por dez anos. Com ela, teve o quarto filho, Jair Renan, hoje com 20 anos. A atual esposa é Michele de Paula Firmo Reinaldo, com quem se casou em 2007, em cerimônia celebrada por Silas Malafaia, e teve única menina entre os filhos, Laura, de sete anos.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras do Exército, Bolsonaro atuou em grupos de paraquedismo e artilharia a partir de 1977. A primeira incursão pela política veio em 1986, quando publicou um artigo na revista Veja, defendendo o aumento dos salários dos militares.
A partir daí, sempre com apoio de integrantes da tropa, foi eleito vereador e, depois, deputado federal, cargo que ocupou por 28 anos. Ao longo desse período procurou os holofotes a partir de controversas, algumas odiosas para parte dos eleitores. Numa delas tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal, por injúria racial e incitação ao estupro. Em 2014, o presidente eleito disse a uma parlamentar do PT que ela não merecia ser estuprada porque ele a considerava ‘muito feia’.
Bolsonaro deixa a farda em busca da política antes de uma qualificação mais refinada, por isso sempre foi visto com reservas por oficiais mais graduados, principalmente das outras duas forças, com a Marinha. “É um erro misturar militares com política, isso vai acabar se voltando contra nós mesmos, porque passaremos a ser confundidos com os próprios políticos”, disse, ao Correio, um oficial de alta patente das Forças Armadas, que preferiu não se identificar.
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