Por: Ana Beatriz Venceslau/Diário de Pernambuco – Os restos mortais do indigenista Bruno Pereira chegaram ao Recife na noite de ontem (23), após uma liberação concedida pela Polícia Federal, em Brasília. O material humano encontrado estava em processo de perícia. Às 18h38 uma aeronave particular da Polícia Federal pousou na pista do Aeroporto Internacional dos Guararapes – Gilberto Freyre, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul da capital, para tranferir o caixão até um carro funerário. No avião, estavam sete tripulantes, incluindo uma perita do Instituto Nacional de Criminalística. Nenhum familiar participou do momento.
O velório do recifense Bruno Pereira, assassinado no Amazonas, está programado para iniciar às 9h desta sexta-feira, no Cemitério Morada da Paz, no Paulista. Por volta das 15h, o processo de cremação terá início. A expectativa é de que uma série de homenagens aconteçam à memória de Bruno, através de representantes de povos indígenas e também de entidades de direitos humanos.
A chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal, Luciana Martorelli, acompanhou a chegada do corpo de Bruno ao aeroporto, e relembrou o processo antes da viagem. Ela enfatizou que esse reencontro de Bruno com a capital pernambucana aconteceu por uma solicitação da família do indigenista.
“Os restos mortais de ambos, de Dom e de Bruno, foram periciados em Brasília e liberados para os familiares. O translado, no caso de Bruno, aconteceu em atenção a um pedido feito pela família”, disse Luciana.
Dom Philips
Assim como aconteceu com Bruno, os restos mortais do jornalista Dom Phillips também foram liberados de Brasília nesta quinta-feira (23) pela Polícia Federal. Seu destino, no entanto, foi o Rio de Janeiro. Em uma cerimônia reservada aos familiares e amigos, Dom Phillips terá a sua despedida na cidade de Niterói no próximo domingo (26). Ele também será cremado.
Relembre o caso
O indigenista Bruno Pereira estava em uma viagem a trabalho no Vale do Javari, no Amazonas, ao lado do jornalista Dom Phillips. A dupla desapareceu no dia cinco desse mês e teve os seus restos mortais encontrados dez dias depois, após um dos suspeitos do crime ter confessado e apontado o local onde aconteceu a desova. Desmatamento e atividade garimpeira são comuns na região em que os dois estavam. Bruno, inclusive, já havia sido ameaçado diversas vezes por conta do trabalho que desempenhava.
Investigações
A Superintendência da Polícia Federal do Amazonas é a responsável pelas investigações dos assassinatos de Bruno e Dom. Até o momento, três homens foram presos. São eles: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa e Jeferson da Silva Lima.
Nesta manhã, um homem identificado por Gabriel Dantas, de 26 anos, foi até uma delegacia da Polícia Civil de São Paulo e confessou ter participado do crime, ajudando a jogar os pertences pessoais das vítimas num rio. O homem, seguindo o protocolo policial, gravou um vídeo dando detalhes da sua participação, e será encaminhado para a Polícia Federal.